Monday, April 25, 2011

AMARANTE: TRAGÉDIA DE VILA CHÃ DO MARÃO “QUANDO O CORAÇÃO FALA, SÃO LÁGRIMAS”

«AMARANTE: TRAGÉDIA DE VILA CHÃ DO MARÃO “QUANDO O CORAÇÃO FALA, SÃO LÁGRIMAS”


Não se ouviram foguetes nem houve Cruz pelas portas. A população de Vila Chã vive momentos de consternação e dor, depois do fatídico acontecimento que assolou a pacata localidade amarantina e que causou três mortos e oito feridos, alguns com muita gravidade.


Assim, a igreja da humilde freguesia de Vila Chã do Marão foi pequena para acolher todos aqueles que se associaram à manifestação religiosa em homenagem às três vitimas mortais do acidente da passada sexta-feira, dia 22 de Abril. Recorde-se que um carro abalroou os participantes de uma procissão noturna da Via Sacra.
O pároco de Vila Chã, Pe. Manuel Santos era o rosto da dor daquele povo humilde e trabalhador. Para a tarde do domingo de Páscoa foi marcada uma cerimónia religiosa para rezar pelas vitimas mortais e pelos feridos e, essencialmente para reforçar o espírito pascoalino, na tentativa de unir as pessoas a fazer o bem.





A eucaristia, que contou com a presença de algumas figuras religiosas e políticas, foi presidida pelo Bispo Auxiliar do Porto, D. António Taipa, que, aproveitou para exortar os presentes a seguir e a acreditar em Deus. “Uma mãe pode abandonar os filhos, mas Ele nunca nos abandona”, disse o sacerdote numa direta alusão ao acontecimento que enlutou a freguesia e que deixou familiares e amigos com os corações destroçados.
O Bispo do Porto classificou o acidente de “acontecimento medonho” e pediu a todos para se unirem nesta dor, numa quadra que é de ressurreição e reconciliação.
No final da eucaristia e do beijar da Cruz, o pároco local, que na altura encabeçava a procissão da Via Sacra, escusou-se a responder às perguntas dos jornalistas, mas lá foi dizendo que “quando o coração fala, são lágrimas”.
Uma das vítimas do acidente de sexta-feira, continua internada no Hospital de S. João, com prognóstico muito reservado. “mantém-se estável, mas em estado grave", disse fonte hospitalar. Os funerais das três vítimas realizam-se segunda-feira, dia 25, às 16h30.


Condutor aguarda julgamento em liberdade


O condutor do automóvel que colidiu com uma procissão da Via Sacra e que provocou três mortos em Vila Chã do Marão, foi constituído arguido e está sujeito à medida de coação de termo de identidade e residência, confirmou o tenente-coronel Trafaria, do Comando Geral da GNR.
Entretanto, com receio de ser vítima de represálias, o condutor da viatura, um homem de 27 anos, não regressou a Vila Chã, onde residem os pais, e optou por se manter em Felgueiras, na casa da companheira.» in http://noticiasdefigueiro.com/noticias_dlhs.php?Id=520