Monday, April 25, 2011

25 de Abril - Cantemos as Canções de Abril, pois estamos em tempos de Cantar novamente Abril



Zeca Afonso - "Grândola, Vila Morena"
Nas comemorações do 25 de Abril, oxalá o espírito de Abril não seja cerceado pelo espírito FMI!

Sara Tavares - "Grândola Vila Morena" - (25 de Abril a Cantar)

Amália Rodrigues - "Grândola, Vila Morena"

Zeca Afonso - "Maio Maduro Maio"

Madredeus - "Maio, maduro Maio" - (Live)

Carlos Paredes - "Verdes Anos"

Manuel Freire - "Pedra Filosofal"

Chico Buarque - "Tanto Mar" - (Versão Original)

Chico Buarque - "Tanto Mar"

Chico Buarque - "Tanto Mar" - (Chico Buarque, falando e cantando)

José Afonso - "Os Vampiros" - (ao vivo no Coliseu)


«Documentário dá a Zeca Afonso "o reconhecimento que devia ter tido"
25 de Abril de 2011, 12:11
«Maior que o Pensamento» é o documentário sobre a vida e da obra do poeta, compositor e intérprete José Afonso, o pai da canção de intervenção portuguesa, que o seu autor, Joaquim Vieira, quis fazer por achar que Zeca "nunca tinha tido o reconhecimento" devido.

A primeira parte, «Primórdios», olha para as raízes de José Afonso, acompanha a sua infância em África e a sua vida de estudante. Na segunda parte do documentário, intitulada «Combate» retratam-se os anos mais marcantes da carreira de Zeca, a prisão pela PIDE e as canções mais emblemáticas, como a senha para o 25 de Abril, «Grândola, Vila Morena». A última parte de «Maior que o Pensamento» («Liberdade») vê José Afonso no pós-25 de Abril, mostrando a influência da democracia na sua obra.
O documentário tem autoria de Joaquim Vieira, com edição de Aníbal Carocinho, direcção de produção de Lila Lacerda, consultoria histórica de Irene Flunser Pimentel e consultoria de Maria Helena Afonso dos Santos. Para o autor, a vontade de levar até ao ecrã «Maior que o Pensamento» nasceu devido ao «talento e à criatividade» de José Afonso e por considerar que ele «nunca tinha tido o reconhecimento que devia ter tido».
Ao longo dos três episódios difundidos pela RTP (o primeiro foi exibido ontem à noite, o segundo será hoje exibido e amanhã terá lugar a última parte), quem conheceu Zeca de perto, entre artistas e personalidades ligadas à revolução, deixa testemunhos sobre a pessoa e a obra.
Ao longo do documentário, podem ser ouvidas algumas das mais significativas canções da autoria de José Afonso, interpretadas pelo próprio.
Entre os intervenientes, contam-se os músicos António Vitorino de Almeida, Benedicto García, Caetano Veloso, Carlos Alberto Moniz, Carlos Correia (“Bóris”), Fausto, Francisco Fanhais, Francisco Naia, Gilberto Gil, Janita Salomé, João Afonso, José Jorge Letria, Júlio Pereira, Luís Cília, Luís Góis, José Mário Branco, José Niza, Luis Pastor, Paco Ibañez, Pi de la Serra, Rui Pato, Sérgio Godinho e Vitorino Salomé e ainda o editor discográfico Arnaldo Trindade e amigos de José Afonso, como o pintor Malangatana, o poeta Eugénio Lisboa, o realizador Luís Filipe Rocha, o dirigente revolucionário Camilo Mortágua, o militar de Abril Otelo Saraiva de Carvalho, o jornalista Adelino Gomes e o jornalista e ensaísta alemão Günter Wallraff.
O projecto foi inicialmente pensado para assinalar os 80 anos do nascimento de José Afonso mas só acabou por ganhar forma este ano e, por isso, o canal público de televisão aproveitou a passagem pelo 25 de Abril para lançar «Maior que o Pensamento».



"Os Vampiros
(José Afonso)


No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vem em bandos
Com pés veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada


Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada


A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas


São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei


Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada


No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada


Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada


Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada"


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Tenho ouvido muita gente que refere que é preciso outro 25 de Abril, que venha o "Salazar", que não vão votar, etc.
Penso que não é por aí, devemos votar, sempre; devemos manifestar a nossa revolta, sempre; não devemos é deixar cair o projeto democrático e dar entrada a um qualquer ditador...
Temos que deixar de ser tão passivos, tão acomodados, tão virados para o nosso umbigo, devemos trabalhar e lutar por um Mundo melhor...