
Continuo o pléripo da floricultura na minha zona.

No caminho para a Solinca, em que percorro uns 800 m. Há flores por todo o lado, em casas grandes que devem tar jardineiros e rega automática, jardins abandonados como o da Casa das Artes que até faz dó, com agapantos a brotar à míngua de água, cantos e recantos junto aos prédios que penso serem tratados pelos condomínios e estão maravilhosos, jardinzitos que até parecem terem sido oferecidos a alguém e adoptados à nascença.
Não resisto a partilhar as que tirei hoje convosco. Talvez vos embeleze um pouco a vista toldada por esta campanha eleitoral tão deprimente. Talvez vos alegre saber que à beira das nossas casas, a Natureza continua viva e viverá para lá das Troikas, das quezílias, da corrupção, do desalento, da pobreza e da ausência de futuro. Cada flor é uma promessa de amanhã.
FLORES
Era preciso agradecer às flores
Terem guardado em si,
Límpida e pura,
Aquela promessa antiga
Duma manhã futura.
Sophia de Mello Breyner