Era uma vez eu, maluca por música ao vivo, concertos e festivais, ansiosa por algo em grande! Como vos disse, fui ao Rock One de Portimão: Fonzie, Linkin Park (sim, é verdade, foram a 2ª banda, coisa incrível e idiota), Klepht e James Morrison e foi estrondosamente maravilhoso! Eu, o Príncipe e a minha irmã tivemos alguns contratempos, como as filas para conseguir chegar ao recinto ou o facto de termos ficado sem boleia para regressar, já que as pessoas com quem fomos quiseram ir embora mal acabou Linkin. Fiquei estupefacta com isso, é impressionante como as pessoas deixam de saber aproveitar as coisas boas da vida: na adolescência fez-se tudo em excesso, se calhar perderam a capacidade de apreciar sem estar sob o efeito de algo... Sei que eu continuo igual: a saber valorizar aquilo que me dá prazer com conta e medida e, de certa forma, senti orgulho disso, de me ver aos pulos no meio da multidão a cantar (gritar) até me doerem os pulmões, de me rir com vontade, de dançar e suar, de ficar agarradinha a balançar com o meu amor e de apanhar uma bebedeira razoável, no fundo, continuar a sabermos divertir-nos mas de uma forma madura é algo que a maioria das pessoas não sabe fazer: alguém sabe porquê?
Falando especificamente, Linkin Park partiu tudo: são brutais ao vivo, de uma energia que nos atravessa, com palavras que continuam a ter em um efeito libertador. A quem gosta e nunca viu: recomendo! Há quem acha que vai haver confusão e têm receio de moshes e assim, mas digo-vos, foi tudo na mais pura boa onda: sem empurrões ou tumulto, apenas uma multidão a divertir-se em conjunto e isso, talvez porque haja uma carga de adrelina tão grande, é genial!
Já o James Morrison foi uma surpresa muito positiva. Eu conhecia e gosto das músicas mas não imaginava a força que este senhor poderia ter em palco, só vos digo: arrebatador! Aquela energia em palco, o coro feito por duas raparigas mulatas, aquela voz rouca dele, deram às músicas vontade de estar agarradinha ao Príncipe e, sim, roçarmo-nos infinitamente :D ui, estava a precisar muito disso!
Foi uma noite em cheio, até porque estou a viver muitas coisas pela primeira vez feitas em conjunto desde que encontrei o amor da minha vida e desde que gosto mais de mim! É quase um sonho ter tanto em comum com alguém, poder estar super bêbeda e ele também e rirmos disso!
Tudo maravilha, já notaram, na manhã seguinte, tendo dormido apenas 4 horas, acordei bem ressacada e de boca a saber a cortiça mas muito alegre, só que acordei ansiosa (vá se lá saber porquê). Rapidamente essa ansiedade se transformou em vontade de comer. Acho que desde que comecei a RA esta é a segunda vez que isto acontece e deu-me com força: comecei a ficar irritada e birrenta! Só quem já passou por isto é que sabe a intensidade com que nos bate a compulsão, parece um monstro que nos arranha por dentro, mesmo por baixo da pele (CRAWLING dos Linkin Park ilustra a sensação na perfeição) que grita dentro do nosso cérebro parecendo que não conseguimos ouvir mais nada: enlouquece-nos, ou pelo menos, tenta... Tentei dominar a coisa ao máximo e isso tornou-me uma mistura possuída pelo demónio com idiota remelenta, chateei tudo e todos e fico a sentir-me enorme como se tivesse engordado, e foi só quando percebi que estava passada que vi que aquela é que era a verdadeira ressaca!
Durou até hoje, estive metade do dia assim e para me começar a passar tive que fazer uma coisa muito simples mas que custa muito: admitir, descrever, confessar... Bom, de novo de pé, continua a fase D-TOX!