Imaginei.
Faltam apenas uns dias para o seu regresso. Digo "apenas" porque já faltou mais, pois todos os dias custam a passar. Entretanto, por momentos pensei "e se tu não a tivesses? Como iria ser a tua vida?...". Então fiquei parado, imobilizado a imaginar tudo sem ela. O tudo não seria nada. Pensei que não iria viver grandes momentos como vivi, mesmo os que parecem ser momentos insignificantes, são sempre grandes quando lembro que a tenho aqui no calor e no conforto do meu coração. E para isso relembrei o passado, agarrei-me a ele.
A partir daí, tudo é mais fácil e há sempre aquela vontade mesmo de sermos justos para nós próprios e pensar "pora, os bons momentos foram bastante superiores aos maus, se é que houve maus." E depois dizem-me "ah, vive o presente". Ok, que frase completamente mais batida e desde aquele filme de cinema parece que todos gostam de a usar, mas usam-na em toda e qualquer circunstância, e aí está o erro. Muito do nosso passado deve ser relembrado, sempre! E o futuro? O futuro foi feito para nós sonharmos, imaginarmos, planear, desejar, traçar objectivos e tudo mais para que no presente lutemos por eles e os possamos obter, pelo menos mais facilmente, no dia seguinte. Ou então, no minimo, se não conseguirmos um ou outro, gritarmos bem alto "ao menos lutei!".
Muitas vezes penso "no passado foi assim, no futuro quero que seja assim, por isso agora, no presente, vou lutar tendo em conta estes dois caminhos que vendo bem acabam por ser o mesmo". Mas eu descobri que sou diferente. Sou o único terrestre ou extra-terrestre a pensar dessa forma. Serei? Afinal de contas, o presente é um segundo. O passado foi muito e o futuro feito para imaginar, sonhar,... é tão grande como o passado. No entanto há pessoas a valorizarem um segundo do que valorizar uma eternidade. Porqué?
Desconheço a razão e não sei se um dia conseguirei obter uma resposta certa, concreta...
