Será que imaginam como é bom saber que posso escrever aqui cada um dos meus receios e palermices, sabendo que vocês compreendem exactamente o que sinto e, algumas, até têm sentimentos muito semelhantes? Têm sido um apoio e uma espécie de "grupo de terapia" que me salva muitas vezes e que me chamam sempre à razão, para que eu páre e consiga ver tudo sem as minhas paranóias. Só tenho a agradecer a todas pelo vosso carinho, pelas vossas palavras doces e também pelas palavras mais duras, que também fazem falta de vez em quando.
:) obrigada por cada abraço!
E, sim, se este é o meu processo de construção (ou reconstrução, não sei) então não devo parar e devo continuar a percorrer todas as etapas que sei que preciso completar para me sentir totalmente eu. Aceitar-me como estou é ainda muito complicado, não conseguirei fazê-lo totalmente porque para mim aquela que eu vejo no espelho ainda não sou eu. Com menos quilos consigo finalmente ter uns reflexos da minha imagem, daquela que eu sei que sou eu, mas ainda não estou inteiramente na forma em que olho e me reconheço. Eu entendo que as pessoas possam gostar de si mesmas gordas e que tenham orgulho de quem são, acho até muito bom. Mas eu não posso fazê-lo, como poderia se o que me levou a engordar são motivos depressivos e frustrantes? Porque teria orgulho de ter sido fraca e de me ter desleixado comigo? Como posso aceitar uma imagem que não reconheço, que para mim se assemelha a uma transfiguração? Lamento mas não posso, mas também sei que se não posso ser feliz assim, não vale a pena queixar-me disso e passar o tempo com lamúrias: tenho que continuar a lutar para chegar onde quero. É que, se há muitos motivos para se emagrecer, nenhum é tão forte como "sentirmo-nos verdadeiramente nós"!