Esta caramela liga-me para saber da Mary. Conversa vem, conversa vai e dá nisto:
Eu- Então, pensei que estavas na Mary!
Ela- Não! Disse ontem que hoje, Sexta e Sábado não posso lá ir...
Eu- Então porquê?!
Ela- Porque tenho que ajudar a minha santa (sogra) aqui no cebeleireiro...
Eu- Olha, já que tocas nesse assunto... eu já tinha comentado com a Mary, como era possivel ajudares a tua santa sem experiência!... Como fazes?!
Ela- (Risos) Vou ajudando conforme posso... lavo cabeças, seco as mesmas, pinto os cabelos, ponho rolos... quando a minha santa está a esticar um cabelo, seguro no secador, e é isso...
Eu- Humm... E as clientes não estranham a tua falta de experiência?!
Ponto da situação: A rapariga, foi ajudar a santa porque a senhora teve um acidente de mota e está com um dos braços ao peito. Será operada...
Como trabalha por contra própria e as contas não esperam, a senhora teve que se fazer à vida...
Por isso a A rapariga entrou assim às três pancadas neste panorama... nunca trabalhou no ramo e quer se queira quer não é preciso alguma estaleca... ter-se a espontaneidade que a profissão exije!
Boa vontade tem ela...
Continuando as falas...
Ela- Não!! Ela (santa) diz que tenho muito jeito... (Risos)
Eu- Ainda bem, se é assim...
Ela- No outro dia ela (santa) até quis que eu cortasse o cabelo de uma cliente.
Eu- Estás a gozar!! E tu?!
Ela- Achas que sim! Disse que não! Fiquei com medo, já assim cortar um cabelo sem nunca antes ter feito.
Eu- Estranho, uma cabeleireira, ter uma postura destas! Quer dizer, estamos a falar de uma cliente! Se algo corre mal, como é? Quem se responsabiliza? Doida a senhora!!
Ela- Sim, eu disse-lhe que ainda era cedo...
Eu- Bolas, ao menos que te dê um boneco para ires treinando... ou na melhor das hipóteses que dê o seu cabelo!!
Ela- Risos... feita doida
Eu- Risos... feita doida também... pois, o cabelo dela tá quieto!!
Ela- Oh pá, nem digas nada... tenho as minhas mãos uma lástima. por causa da tinta
Eu- Ah pois é!! Ossos do oficio... Luvas, já ouviste falar?
Ela - Não dá muito jeito depois a lavar...
Eu - Pois... mas elas servem para alguma coisa e além do mais a pôr a tinta e na primeira lavagem convém usar as luvas! Sim, mesmo que não dê jeito! Sim, mesmo que não seja prático! Sim porque elas (luvas) existem para nos proteger dos quimicos da tinta e até mesmo da própria àgua que temperada vai causando estragos irreversíveis nas mãos de quem tem este trabalho!
Ela- Pois... tens razão...
Eu- A tua santa nunca te disse isso?
Ela- Não!
Eu - Pois... assim é complicado... Primeiro o querer que cortes o cabelo de uma cliente... depois o pôr-te a pintar sem luvas... humm...
Bem, agora quando formos a um cabeleireiro novo iremos pensar duas vezes...
Por trás de uma bata com tesoura na mão, um pincel e um secador, não sabemos se estará uma "A rapariga"...