Já é tarde…
Tenho vontade de escrever
E escrevo de pé
Para um dos muitos e simples papeis que por aqui andam vazios,
Circulam despidos,
Mas a este, a este vou eu dar vida… ou talvez não.
De poema não se vai tratar certamente!
Começo. Sem qualquer ideia começo a recordar a minha infância,
Tempo da grande inocência da criança
Que hoje é teoricamente considerada adulta.
Passou pela mudança, como todas as outras que já foram crianças.
Acho que acabei de ver agora mesmo… o futuro.
Terrível!! Sobe-me o medo e bate.
A alma chora, foi inevitável.
(Sempre acertei, quem me dera cair e ver a sua mão)
Respiro fundo o cheiro que tanto procuro e que só dentro de mim se encontra
E é ao cair no fundo que com ela me cruzo e é inevitável agora eu conseguir deixar de falar dela
E é ela… ela diz-me para ter calma mas o que eu queria mesmo era tê-la junto a mim
Infelizmente, levo agora com um ar frio que tanto me atormenta
Mas fará mesmo bem?
Já não sou aquilo que fui, não serei aquilo que sou.
Passa agora a criança que tanto se esforça para subir aquela avenida e…
Dois pombos brancos que voam livremente juntos até não sei aonde
E não, não sei se são sinais
E já não, já não toca o toque que na minha cabeça se encontra… talvez ela já me tenha entendido
Ou talvez… ou talvez nada,
Maldita cabeça!
Agora um corvo pousa num pinheiro indiscretamente.
Outros comunicam entre si,
E outros… sós. Solitários!
Quero liberdade, dá-la,
Só que mata e se calhar mais do que amor se trata
É me difícil controlar tal sentimento
É me difícil controlar tais pensamentos
Estou FARTO de pensar, não tarda nada queimo este papel
Que tal como outras tantas palavras... foram inúteis.
(Se calhar era o melhor que eu tinha a fazer).
Pensar, pensar, PENSAR
Arrreeee, só me afecta a alma pensar!
Já está escuro e o papel a mim já se está a acabar
É melhor terminar antes de cego ficar novamente
Desta droga que se chama amor.
…
Amo-a eternamente