Que raio de ser sou eu?
Serei tão perfeito ao ponto de
Acabar por ser imperfeito para quem me ama?
Que raio de ser sou eu?
Que tenho eu de fazer?
Ser burro para agradar a quem amo
Ou ser quem sou... diferente desta gente.
E é por ser diferente que não sou igual
E ao não ser igual, agrado em demasia,
E se agrado em demasia, sou um desagrado
Um estranho ser talvez outrora amado
Agarado ao nada, apanhado pelo tudo.
Agrado em demasia...
Expliquem-me as sintonias...
Arrisquei no passado
Comprometer-me com uma flor
Mal sabia eu que era do mato
Amo-a de qualquer das formas, pois tem cor
E dá cor ao mundo
Quando quer... até num segundo.
Que silêncio.
Que paciência?
É melhor eu tar calado...
Tornei-me num sujeito,
Sujeito ao risco de ver o mundo como antigamente o via
Arrepia-me só de relembrar
Mas não me quero calar
Estou farto de me silenciar
Agora passei a gritar
Acudam-me por favor no meio do mar
Tenho medo, não sei se me estou a afogar
Tenho medo, não sei se me estão a afogar
A puxar para baixo do mar
Pára! Acredita que mudei, mas não. Continuo a amar,
Pára! Tenho medo de dizer-te "eu sabia"
Mostrar as provas que só comigo guardo até um dia
Para um dia dizer-te e fazer-te ver
Que não passo dum visionário estúpido
Mudem-me imediatamente o futuro, que repúdio
Porque acreditei? Porqué acreditar?
Porque amei? Porqué amar?
Se eu sei, ou acho que sei, que um dia...
Estou cansado.
Vou estar calado.
Se tudo acabar... suicido-me.
Se tudo acabar... matem-me.
Já estarei morto.
Ai, e se fosse outro...?
Amor, dava-te amor?