Hoje foi dia de voltar à praia porque estou em mais uma temporada na casa do Príncipe. Praia diferente a do princípio de Outono: há uma certa doçura no ar, bom, não sei explicar mas sabe bem, muito bem :)
Foi momento de observar as pessoas que, parecendo que não, ajuda-nos a perceber os nossos comportamentos e as razões pelas quais temos certas atitudes. E a minha tentativa de interpretação começou depois de ter visto em alguns blogs, o trauma que é ir a lojas que só têm roupa até ao 40 quando se está gorda. Pois é, não chega essa humilhação de "experimentar, experimentar e nada serve, vamos mas é vestir uma porcaria tipo saco de batatas, que é a única coisa que se encontra", como ainda temos que levar com os olhares de outras pessoas que circulam pela loja e dos próprios empregados. Chegava a fazer-me tremer o modo como as pitas (vacas de merda) magras como paus, aos pares, davam risadinhas e diziam segredinhos como se eu fosse um freak show. Claro que o que aconteceu foi eu afastar-me de determinadas lojas e, sim, até ao dia hoje e até eu ter certeza que quando lá entrar tudo me serve. Mas, continuando, interroguei-me pela primeira vez sobre a razão que leva as pessoas a ter comportamentos assim, porque a verdade não fazem isso só com as pessoas gordas, mas sim com todas as que são diferentes: velhos, doentes, deficientes, roupa diferente, bem, tudo serve de desculpa para olhar, mas olhar de longe porque ninguém se aproxima muito como se fosse contagioso, porque não queremos que "aquilo" nos aconteça. Fazemo-lo porque achamos que assim preservamos a nossa "bolha" intacta, naquela de que "se não estiver comigo, eu nunca serei assim"!
Porra, seremos assim tão egoístas e fúteis ao ponto de escolhermos quem nos rodeia e criticar todos os outros para nos sentirmos melhor?