Ao chegar a casa com a minha Zunfinha de noite e cheia de preguiça deixo o carro na parte de trás de minha casa em vez de estacionar na garagem. Engraçado que enquanto estava a estacionar de facto reparei no carro que estava parado no lado oposto da estrada e fez-se um click, mas automaticamente tirei daí o sentido, já que era tarde e tinha que a tirar do carro e ela estava a dormir e mais carregada com mala, sacos e afins... uma autêntica azáfama para ter outros tipos de pensamentos a não ser no concreto que era como ir para cima carregada que nem uma mula!..
... Ao sair do carro (rua deserta e escura praticamente) o homem do tal carro saí e vem em direcção a mim... eu, tranquila (nem me apercebi do perigo que estava a correr) contínuo atarefada em agarrar os sacos e ir à parte de trás do carro para tirar a Zunfinha. O homem aproximou-se de mim e notei ali que ele ficou sem reacção e ao mesmo tempo nervoso. Ou seja: não estava à espera que a pessoa do carro estivesse com uma criança (foi a ilação que fiz depois que cheguei a casa) e começou a perguntar-me coisas sem nexo como: que horas eram, como logo a seguir perguntou se sabia o que eram os vidros grandes que ficam por cima da garagem. Isto tudo enquanto eu tirava a Zunfinha e agarrava os sacos e fechava o carro. Eu, ainda respondi a tudo e virei costas e vim embora...
Só quando cheguei a casa e me sentei no sofá e que rebobinei a cassete na minha mente dei-me conta da (suposta intenção) que o fulano poderia ter, como o perigo que eu e a Zunfinha corremos naqueles 3/4 minutos que o homem esteve connosco.
Por acaso não lhe deu para fazer o que (supostamente) pretendia... provavelmente ter-se-á arrependido por me ver com uma criança, mas se desse para concretizar os seus intuitos, com toda a certeza que agora não estaria aqui a escrever...