Enquanto aqui escrevo vou deitando o olho à minha irmã que se contorce no sofá com dores de estômago, depois de uma noite em claro entre vómitos e diarreia. Fico a pensar no que fazer, o que fazer para ver se ela muda para uma alternativa de vida mais saudável...
Já vos falei várias vezes que venho de uma família obesa e neste fim-de-semana fui a casa e vieram de visita tios e tias que também têm a mesma genética e, uns mais e outros menos, são gordos e comem muito...aliás, comem demasiado. Há uns dias atrás falava-se da influência que uma mãe obesa tem no crescimento e desenvolvimento de um filho e eu sou prova disso: grande parte da minha gordura vem por culpa de uma rotina familiar em que sempre houve demasiada comida, comida de porcaria, sem fruta e sem sopa.
A minha irmã tem 18 anos, nasceu obesa e nunca deixou de o ser. Já tem problemas nos rins, tem uma celulite granulosa como só se vêm em mulheres de 40 anos. Pesa 89 kg e tem 1,65m. Já a levei à nutricionista, levei-a a fazer análises (colesterol e triglicéridos muito altos), falo-lhe do ginásio, falo-lhe de saúde tentando que ela veja todos os casos que temos na nossa família que têm a vida toda estragada pelo peso. Mas nada adianta, ela prefere a comida e, nesta casa não tenho o apoio de ninguém: todos dizem "enche bem o prato". E foi isso que aconteceu este fim-de-semana, houve comida a rodos, foi comer e beber como se não houvesse amanhã e agora está toda intoxicada. Eu tentei sempre moderar-me, fazer sopa mesmo quando mais ninguém a queria, comer fatias pequenas dos bolinhos e, sim, comi gelados mas já não me apetece comer para atulhar.
Ela é minha irmã, aquela que eu pedi tanto à minha mãe que viesse para que eu nunca estivesse sozinha no mundo, aquela que é uma grande parte de mim e sou obrigada a ver enquanto ela se destrói...Ela que sempre me achou com super-poderes e eu não consigo salvá-la.
Bom, vou com ela ao médico.