A Cidade dos Mortos, no Cairo, é a maior necrópole do mundo. ~
Um milhão de pessoas vivem dentro do cemitério – em casas tumulares ou nos edifícios que cresceram em redor. Dentro do cemitério há de tudo: padarias, cafés, escolas para as crianças, teatros de fantoches...
A Cidade dos Mortos estende-se por mais de dez quilómetros ao longo de uma auto-estrada, mas não deixa de ser uma aldeia, com mães à caça de um bom partido para as filhas, rapazes a correr atrás das raparigas, disputas entre vizinhos.
Preparado e rodado ao longo de cinco anos (2004-2009), este filme procura dar a ver a alma invisível do cemitério.
Dia 17, 6ª Feira às 21:30
O Discurso do Rei
Título original:The King's Speech
De:Tom Hooper
Com:Colin Firth, Geoffrey Rush , Helena Bonham Carter, Guy Pearce, Timothy Spall
Género:Drama, Biografia
Classificação:M/12
Outros dados:GB/EUA/Austrália, 2010, Cores, 118 min
Depois de vários anos de casamento, Cindy e Dean (Michelle Williams e Ryan Gosling) estão à beira da ruptura. Dispostos a tentar reencontrar o que os juntou e a salvar a relação, buscam no seu passado os motivos que os levaram a amar-se. Mas aquele amor está perto do fim e já nem a filha pequena os parece unir... Avaliando o ponto de vista de ambas as partes, um filme realista sobre as dificuldades da vida a dois, sem moralismos nem culpabilizações, realizado pelo documentarista Derek Cianfrance. Ryan Gosling e Michelle Williams foram nomeados para um Globo de Ouro nas categorias de melhores actor e actriz. Williams foi nomeada para o Óscar de melhor actriz.
A próxima sessão será quinta-feira, dia 9, dia em que o CINECLUBE COMEMORA 16 ANOS!
Exibição do filme "A Cidade dos Mortos" + Presença do realizador Sérgio Tréfaut.
Apareça....com a família. Estão convidados.
Cinema Teixeira de Pascoaes5ª Feira, 9/06 às 21: 30
Ficha Técnica
Realização: Sérgio Tréfaut Montagem: Pedro Marques Narração: Ashraf Fakhouri Fotografia: Nancy Abdel-Fattah, Inês Gonçalves, Carlo Lo Giudice Som Sameh Gamal Produtores: Sérgio Tréfaut e José Sanchez-Montes Produção: FAUX (Portugal) e ATICO SIETE (Espanha)
SinopseA Cidade dos Mortos, no Cairo, é a maior necrópole do mundo. Um milhão de pessoas vivem dentro do cemitério – em casas tumulares ou nos edifícios que cresceram em redor. Dentro do cemitério há de tudo: padarias, cafés, escolas para as crianças, teatros de fantoches... A Cidade dos Mortos estende-se por mais de dez quilómetros ao longo de uma auto-estrada, mas não deixa de ser uma aldeia, com mães à caça de um bom partido para as filhas, rapazes a correr atrás das raparigas, disputas entre vizinhos. Preparado e rodado ao longo de cinco anos (2004-2009), este filme procura dar a ver a alma invisível do cemitério.
Dados biográficos Sérgio Tréfaut nasceu no Brasil em 1965, filho de pai português e de mãe francesa. Estudou filosofia na Sorbonne (Paris I) e começou a sua vida profissional em Lisboa, nos anos 90, como jornalista e assistente de autores como Teresa Villaverde, José Álvaro de Moraes e António Campos. Desde há 15 anos é produtor e realizador. Os seus documentários foram exibidos em mais de 30 países e receberam diversos prémios internacionais. Destacam-se Outro País (1999), Fleurette (2002), Lisboetas (2005) e A Cidade dos Mortos (2009). Lisboetas foi o primeiro documentário português a estar três meses consecutivos em cartaz no circuito comercial e detém ainda hoje o recorde de espectadores por sala de cinema.
"A CIDADE DOS MORTOS"
Comentários
«Sérgio Tréfaut manifesta uma capacidade ímpar de olhar para outras culturas, observando-as e mostrando-as de tal forma que os espectadores dos seus filmes quase alcançam uma experiência pessoal dos mundos que ele visita... O material de que são feitas as lentes das suas objectivas é um assinalável humanismo cosmopolita. É um privilégio poder-se ver este cinema.»Manuel Mira Godinho Professor Catedrático no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa«Magnífico»Eurico de Barros, Diário de Notícias «Um cemitério cheio de vida. Onde os vivos dormem com os mortos. E comem, e namoram, e têm filhos, e crescem, e vêem televisão.»Ana Margarida Carvalho, Visão «Algo próximo de um certo neo-realismo fantasista: aquela sequência em que o circo chega ao cemitério não podia vir de "La Strada", de Fellini?»
Cineclube de Amarante apresenta cartaz de elevada qualidade, para as sextas-feiras de Maio! -------------------------------------------------------------------------- «Olá, Boa Tarde:
O cartaz de Maio no Cineclube de Amarante segue em anexo.
Em Maio, destacaria dois filmes: o do dia 6, O mágico, que é de animação. Quem viu "BelleVille rendez-vous", conhece os desenhos belíssimos de Sylvain Chomet. Para assistir com toda a família.
O do dia 27, Indomável, para além de ser dos irmãos Cohen, conta com um excelente desempenho de Jeff Bridges.
* MELHOR ACTRIZ PRINCIPAL (Natalie Potman vencedora do Óscar)
* MELHOR FOTOGRAFIA
* MELHOR MONTAGEM
Nina (Natalie Portman) pertence à companhia de Ballet de Nova Iorque e praticamente todos os dias da sua vida foram dedicados à dança. Erica (Barbara Hershey), sua mãe, é uma ex-bailarina cuja única obsessão é ver a sua filha triunfar e que, por essa razão, controla todos os seus movimentos. Quando Thomas Leroy (Vincent Cassel), o director artístico da companhia, decide substituir a intérprete principal no imortal "O Lago dos Cisnes", de Tchaikovsky, Nina aparece como uma das escolhas mais prováveis. Mas Lily (Mila Kunis), uma outra jovem em ascensão, revela algumas características essenciais ao papel que faltam a Nina. Assim, à medida que as duas raparigas se tornam cada vez mais próximas, a doce Nina começa a revelar o seu lado mais negro... Realizado por Darren Aronofsky ("A Vida não é um Sonho", "O Último Capítulo" e "O Wrestler"), um thriller psicológico sobre a dicotomia entre o Bem e do Mal, latente na personalidade de todos os seres humanos. Depois da sua estreia na 67.ª edição do Festival de Cinema de Veneza, foi nomeado para cinco categorias na próxima edição dos Óscares, entre os quais melhores filme, actriz (Natalie Portman) e realizador (Darren Aronofsky). PÚBLICO
Do melodrama ao terror biológico passando pelo "slasher movie", o filme passa por tudo. Suspendamos a incredulidade perante essa metamorfose tão berrante com as aventuras "escapistas" de uma "pulp fiction"
Explica o mestre de ballet (Vincent Cassel), às tantas, que "O Lago dos Cisnes" conta a história de uma rapariga encerrada no corpo de um cisne que só o amor pode libertar; mas eis que aparece o Cisne Negro, que boicota a aproximação do Príncipe à rapariga encerrada no Cisne Branco, ela suicida-se e assim, finalmente, se liberta. Vincent Cassel está a falar menos do bailado do que do próprio filme de Aronofsky, e a coisa é igualmente literal, e óbvia, quando o mestre diz à sua bailarina (Natalie Portman): "go home and touch yourself". É o que ela faz, vai para casa masturbar-se.
"Cisne Negro" é menos a história de uma rivalidade em pontas, do que a vertigem da ponta sexual de uma reprimida, que se estatela, e assim se liberta, no seu labirinto. Aronofsky, nessa nova forma, encontrada com "O Wrestler", para estar junto do filme e das personagens, tão perto que as pode ir moldando, dando sucessivas formas ao "boneco" (em vez de, como acontecia em "O Último Capítulo", "A Vida não é um Sonho" ou "Pi", ficar a olhar para si próprio), arrisca, em pleno campo do "mainstream", com o óbvio, com o visceral e com o inverosímil - do melodrama ao terror biológico passando pelo "slasher movie", "O Cisne Negro" passa por tudo, e a nossa experiência de espectadores é essa, suspender a incredulidade e adeirir a essa metamorfose tão delirante e berrante com as aventuras "escapistas" de uma "pulp fiction".
É essa plasticidade, que parte do naturalismo para se esticar até aos terrenos da fábula, que faz a singularidade de "O Cisne Negro". E que torna o filme, para além das citações ou referências (Aronofsky assume toques de "Repulsa", de Polanski, ou de "A Mosca", do Cronenberg; e iríamos jurar que viu em Veneza 2008, no ano em que o seu "Wrestler" recebeu o Leão de Ouro, "L''Autre", de Patrick-Mario Bernard e Pierre Trividic, que também filmava Dominique Blanc em rota de colisão com a sua dupla), um parente nada afastado das incursões exibicionistas de Brian de Palma ao terror. Falamos do operático "O Fantasma do Paraíso" ("Cisne Negro" não tem medo de entrar pelo desvario de palco) e falamos de "Carrie" - a inquietante Barbara Hershey, mãe amorosa, castradora e assustadora, e Natalie Portman, a filha virginal, presa assustada capaz de passar a predadora, projectam-nos para a Piper Laurie e Sissy Spacek daquele filme, e até desejamos que Natalie crucifique Barbara com facas.
É isto e mais: a capacidade de investir um cenário, Nova Iorque - que entretanto se transformou em coisa transparente, à força de servir de décor -, de uma expressividade doentia. Como naqueles planos, breves e exteriores, fugaz imagem de uma casa assombrada e de assombros. Não há outro filme assim, que procede a experiências com o "grande público" a assistir em fundo, na lista dos títulos nomeados ao Óscar. Na verdade, não há muitos filmes assim no "mainstream" americano, e não é o tão seguro de si "A Rede Social" ou o paquidérmico "Inception" que fazem figura de excepção. Para além disso, e para continuarmos nos oscarizáveis, "Cisne Negro" não precisa de se escudar no programa de intenções liberais para filmar o sexo entre mulheres como o envergonhado e nada liberto (comparem-se as cenas...) "The Kids are All Right".
Vasco Câmara, Público
Há um ponto de partida - uma primeira bailarina perfeccionista mas neurótica a quem o director da companhia dá o papel principal do "Lago dos Cisnes". O ponto de chegada não é forçosamente o que se espera; o que Darren Aronofsky tira daqui não é o proverbial "filme de ballet", mas um thriller psicológico que sugere a claustrofobia de alguns Polanski e o virtuosismo dos melhores Brian de Palma antes de escorregar gradualmente, mas sem retorno possível, para um "giallo" estilizado (pensem Dario Argento, pensem Mario Bava, pensem, num registo mais derivativo, o "Shutter Island" de Scorsese).
É o encontro entre um realizador que sabe muito bem o que quer fazer - desenhar meticulosamente a desintegração progressiva de uma personagem confrontada com o momento da verdade para o qual se treinou a vida toda e com a violência das relações humanas - e uma actriz em estado de graça, Natalie Portman, que se atira de cabeça para um daqueles papéis que só aparecem uma vez na vida. É, provavelmente, o melhor e mais arrojado dos "filmes dos Óscares" do ano.
Mathieu Lievin (Yvan Attal) é um arquitecto na casa dos quarenta, solteiro e a viver em Paris. Devido à súbita doença e internamento de sua mãe, vê-se forçado a regressar à cidade onde cresceu. Aí, reencontra Maya (Valeria Bruni Tedeschi), uma ex-namorada dos tempos de juventude. Mas esta, acompanhada de um homem e de uma criança, finge não o reconhecer. Porém, horas depois, telefona-lhe e propõe-lhe um encontro. Mathieu compreende que aquele é um momento de mudança na sua vida, mas Maya, agora casada e mãe, pode não passar de uma paixão impossível. Um filme de Cédric Kahn ("O Tédio", "Sinais Vermelhos") que pretende questionar até que ponto a paixão e a vida de casal podem ser compatíveis.PÚBLICO
Dia 11
Que mais quero eu
Título original: Cosa Voglio di Più
De:Silvio Soldini
Com:Alba Rohrwacher, Pierfrancesco Favino, Giuseppe Battiston, Teresa Saponangelo, Gisella Burinato
Género:Drama
Classificação:M/12
Estreia nacional: 06 de Janeiro de 2011
Itália/Suiça, 2010, Cores, 120 min.
A viver nos subúrbios de Milão, Anna (Alba Rohrwacher) sempre fez o que dela era esperado. A sua vida diária resume-se ao trabalho de contabilista, a uma relação acomodada com Alessio (Giuseppe Battiston), aos amigos de sempre e familiares mais próximos. Quando, casualmente, se cruza com Domenico (Pierfrancesco Favino), que trabalha numa empresa de catering, redescobre o poder transformador do amor e do desejo. Mas Domenico é casado e tem dois filhos, e a relação entre eles acaba por se resumir a encontros fortuitos num motel. E, à medida que o tempo passa e os seus sentimentos evoluem, também a consciência de transgressão, responsabilidade e culpa adquire novas proporções...PÚBLICO
Dia 18
Vais conhecer o homem dos teus sonhos
Título original: You Will Meet a Tall Dark Stranger
Dois casais, duas gerações, as mesmas crises conjugais. De um lado, Alfie (Anthony Hopkins) e Helena (Gemma Jones) que, depois de 40 anos de casamento feliz, se divorciam. Ele quer voltar a sentir a adrenalina da juventude e viver a sua vida; ela, humilhada e deprimida, encontra apoio numa vidente e a convence que não tardará até encontrar um novo amor. Do outro lado estão a filha de ambos, Sally (Naomi Watts), e o marido, Roy (Josh Brolin), que, apesar das aparências, também se encontram em rota de colisão: ela tem uma paixão secreta pelo patrão (Antonio Banderas), ele não pára de pensar numa vizinha arrebatadoramente sensual (Freida Pinto)... O novo filme de Woody Allen é uma sátira sobre as ilusões e desilusões amorosas e de como é fácil cair no ridículo quando o que está em causa é o amor.
Dia 25
Um ano mais
Título original: Another Year
De: Mike Leigh
Com:Jim Broadbent, Lesley Manville, Ruth Sheen, Peter Wight, Oliver Maltman, David Bradley
Género:Drama, Comédia
Classificacao: M/12
Estreia nacional: 05 de Novembro de 2010
GB, 2010,Cores, 130 min.
Tom (Jim Broadbent) e Gerri (Ruth Sheen) atingiram a maturidade do amor e da felicidade, vivendo uma existência simples e descomplexada - ou, pelo menos, assim parece. O mesmo, porém, não se pode dizer daqueles que os rodeiam: uma amiga (Lesley Manville) a passar por uma crise de meia-idade, um amigo (Peter Wight) alcoólico em busca de uma nova oportunidade no amor, o filho (Oliver Maltman) com a nova namorada, o irmão de Tom, Ronnie (David Bradley), em depressão após a morte da mulher. Ao sabor das estações do ano, eles vão oferecendo conforto a quem os procura, ao mesmo tempo que vão revelando um pouco mais sobre si próprios. O novo filme do realizador inglês Mike Leigh ("Nu", "Segredos e Mentiras", "Vera Drake") estreou a concurso na Selecção Oficial de Cannes de 2010 e acaba de ser nomeado para o Óscar de Melhor Argumento Original.PÚBLICO