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Sunday, June 19, 2011

Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poemeto: "Lisboa com tantas casas"


"Lisboa

com tantas casas,
com tanta vida
não minha.
-
As pedras da minha rua
desenham-me uns sonhos bailarinos;
amanhecendo a anil os melhores céus."


"Lisboa com tantas casas", Ângelo Ochôa (Poeta)

Monday, June 13, 2011

Poesia: O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poemeto: "Manuel Maria"



"Manuel Maria:

Doída eternidade,
doido coração, és minha.
Zoilos, zarpai.
Abraça-me a Rainha."


Manuel Maria Barbosa du Bocage, por Ângelo Ochôa, em Setúbal

Friday, June 10, 2011

Efemérides - No Dia de Portugal, de Luis Vaz de Camões e das Comunidades Portugueses, nada como a Poesia do Poeta Mor!




Ao desconcerto do Mundo

Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.

Luís de Camões

(O Poema é tão actual, oh Grande Poeta Camões, que penso que viveis no Portugal de hoje, encarnado nalgum Português mudo... "Helder Barros")


Luís de Camões - "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" - (Dito por, Isabela Salim)


Ana Moura - (Canta Camões)

Poesia - “ O Bode Ranhoso do Marão® „: "Mata-me a Beijos"



“ O Bode Ranhoso do Marão® „: Mata-me a Beijos: "A minha vida nada vale sem beijos, Beijos que sem os teus, não são beijos, É a Morte reduzida a beijos, O Lábio de cima o éden, O infern..."

Sunday, June 5, 2011

Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa, interpela-nos com o Poemeto: "Sei tanto sítio onde vermo-nos"




"Sei tanto sítio onde vermo-nos,
porque ante o mesmo portão,
as mesmas canções ausência,
os muros, onde crianças
vadias grafitam a palavra PIÃO
com as letras ao contrário: OÃIP,
brincadeiras da incomunicabilidade,
um trabalho que cansa antes de ser-se,
inúmeras barracas no horizonte abismado,
portadas, janelas, brancuras mar,
aborrecedores holofotes."





Ângelo Ochôa - "Sei tanto sítio onde vermo-nos"

Sunday, May 29, 2011

Poesia: O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poemeto: "Diotima, que pousaste!"




"Diotima,
que pousaste
em mim
o exacto beijo da beleza.
Resta-me fechar a porta."


Ângelo Ochôa, Poeta



Ângelo Ochôa - "Diotima, que pousaste"


"Diotima de Mantinea é uma filósofa e sacerdotisa grega com um papel importante no Banquete (Symposion) de Platão.

A filosofia de Diotima está na origem do conceito platônico de amor. A única fonte sobre ela é o próprio Platão e por isso não é possível assegurar se era uma personagem ou alguém que de fato tenha existido. Entretanto, praticamente todos os personagens dos diálogos platônicos correspoderam a pessoas que viviam na antiga Atenas.
Na obra, há uma passagem sobre o significado do amor. Sócrates é o mais importante dentre os homens presentes. Ele diz que na juventude foi iniciado na filosofia do amor por Diotima, que era uma sacerdotisa. Diotima lhe ensinou a genealogia do amor e por isso as idéias de Diotima estão na origem do conceito socrático-platônico do amor.
Segundo Joseph Campbell, "não é por acaso que Sócrates nomeia Diotima como aquela que lhe deu as instruções e os métodos mais significativos para amar/falar. A palavra falada por amor é uma palavra que vem das origens [1] ." in http://pt.wikipedia.org/wiki/Diotima_de_Mantinea

Monday, May 23, 2011

Poesia - Ângelo Ochôa interpela-nos com: "Dois Poemas Setúbal"



"Estuário das leves ondulações,
encantos, golfinhos, gaivotas,
à aquática face em alva espuma.
P’lo que ante vagueamos.
-
Enquanto o Sado azula ondulações,
gaivotas bicam peixe à flor da água.
A amplo espaço abre-se o olhar
que até à fera novidade se vai."


Ângelo Ochôa, Poeta


2 Poemas a Setúbal, em Setúbal, Ângelo Ochôa (Poeta)

Thursday, May 19, 2011

Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa, interpela-nos com o Poemeto: "Tiram ouro do nariz os poetas"




"Tiram ouro do nariz os poetas.


Atraem para suas janelas ar puro a remotas paragens:


A plenos pulmões inspiram dos cumes himalaicos.


Soletram o desconhecido.


Constrange-os a humana miséria


e por p’los próprios versos a não verem resolvida.


Dizem persistentemente paz


por condoídas estranhíssimas expressões."


(Ângelo Ochôa, Poeta)


Ângelo Ochôa - "Tiram ouro do nariz os poetas"

Sunday, May 8, 2011

Poesia: O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poemeto: "Pudesse ser controlador aéreo..."



"Pudesse ser controlador aéreo
para assinalar aterragens e descolagens;
magnos voos
escapam porém a meu sondar;
até porque
sempre há mais ar do que ar."



Ângelo Ochôa - "Pudesse eu ser controlador aéreo"

Thursday, May 5, 2011

Poesia - “O Bode Ranhoso do Marão® „: Asas e Raízes



“ O Bode Ranhoso do Marão® „: Asas e Raízes: "O meu coração, hoje, parou de cavalgar, Mas tenho corcéis saindo pelos meus poros, Galopam à muitas luas levando mil beijos e desejos, Qu..."

Tuesday, May 3, 2011

Poesia: O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poemeto: "Prego no Pão!"



"Prego no chão pede rapagão.
No chão?
Pasma garçon.
Sim, no chão,
que pra meu cão.
Com ronha de palavrão
nos entretêm fome de cão."


"Prego no Chão", Ângelo Ochôa

Wednesday, April 27, 2011

Poesia: O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poema: "A Sul"



"A Sul


Donzelas roxas poncítias desmaiam, mas basta do sol um ténue raio
e reanima-se a rua; se não tivéssemos bolsos as mãos despedaçavam-se;
saltitam avezinhas p’lo empedrado ensaiando uns tímidos devaneios;
gaivotas pairam voos altos, brancuras rompem entre neblina;
rafeiros vão perdidos em remanescente ruína, já antes noite petrificada;
salpicando relva, estremece uma límpida água musical, que purifica;
a negrilhos em fila prolongando a avenida parecem ascender
para os olhos sonhadores do poeta as folhas num amarelento matiz;
gotículas do orvalho à clara luz refervidas cristalizam lacrimosas;
aéreas flâmulas transmitem morse, vento, murmúrios libertários;
na nogueira o estorninho desfaz o bico em açúcar a pissitar;
caudalosa a fluir o alto júbilo a hora grita escancarada."

(Ângelo Ochôa "Sonhadas Palavras" - Livro V)


Ângelo Ochôa - "A Sul"

Monday, April 18, 2011

Poesia: O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poemeto: "Esferográfica"



"Esferográfica,
riscando o plano, desliza;
verdade a preencher a luz."


Ângelo Ochôa - "Esferográfica"

Sunday, April 10, 2011

“ O Bode Ranhoso do Marão® „: Rosto de mil semblantes

“ O Bode Ranhoso do Marão® „: Rosto de mil semblantes: "Tenho-te entre minhas mãos e deixo-te fugir, A incerteza imensa de perder-te ao encontrar-te. Enquanto dormes no meu triste sonho. Ficarei e..."

Tuesday, April 5, 2011

Poesia: O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poemeto: "Poesia do Azeite"!"



"Nas íngremes encostas batidas do sol,
às oliveiras, por grossas mãos varejadas,
tombavam para chão das extensas lonas
rebuscados frutos; a quente, no lagar,
prensas esmagavam, esteiras chorando,
gorda espessura com pegajoso suco;
caroços, já desfeita baga, ardiam no lume;
pra fundas talhas escorria loiro fio."


(Ângelo Ochôa, Poeta, com raízes em Alfândega da Fé, onde se produz um Azeite dos Deuses)


Ângelo Ochôa - "Poema do Azeite"

Monday, March 28, 2011

Poesia: O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poemeto: "Arcanos do Coração"!"




"Arcanos do coração alquebram-se
ternurentos p’la cidade
ao deparar com as varredoras
das batas verdes;
cedo alindam ruas,
nupciais passadeiras
pra ventanias aladas."


Poeta Ângelo Ochôa - "Arcanos do Coração!

Sunday, March 27, 2011

Amarante - Se o Poeta Teixeira de Pascoes fosse vivo e assistisse ao assassinato do seu Rio Tâmega, só verteria Poemas de Sangue...

Ficheiro:Amarante, trecho do rio Tâmega.jpg
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Amarante,_trecho_do_rio_T%C3%A2mega.jpg)


"A Sombra do Tâmega


Minha santa janela, onde eu medito
E digo adeus ao sol e falo ao vento…
E saúdo a aurora e leio no Infinito
E sinto, às vezes, um deslumbramento!


Vejo, de ti, a Serra e aquele val’,
Onde aparece a imagem indecisa
Dum rio de águas mortas, espectral,
Que, entre sombrias árvores, desliza.


E vejo erguer-se o rio cristalino,
Transfigurado em sonho ou nevoeiro…
E faz-se eterno espírito divino
Aquele corpo de água prisioneiro.


Ó láctea emanação! Ó névoa densa!
Ó água aberta em asa! Ó água escura!
Água dos fundos pegos, no ar, suspensa,
Vestida, como um Anjo, de brancura!


Água gélida e negra, que te elevas,
Qual fantasma, no Azul, que desfalece!
Ó claro e heróico sol, que vence as trevas,
Porque será que, ao ver-te, empalidece?


Ó água d’além túmulo! Água morta!
Ó água do Outro Mundo! Aparições
De neblina, entre as trevas… Absorta
Paisagem povoada de visões…


E enchendo todo o espaço de esplendores,
De desmaios, de síncopes e mágoas,
Diluindo tudo em místicos alvores,
Ergue-se a sombra lívida das águas…


Quantas vezes, de ti, boa janela,
Eu lhe falo e a interrogo… E, com certeza,
A tua sombra, ó água, é irmã daquela
Que anda em meu coração, e é só tristeza…


Ei-la a pairar na humana solidão
Infinita da noite, quando as cousas
São quimérica e estranha emanação
De silêncios e névoas misteriosas…


Ei-la que paira, ouvindo a voz da lua,
E a voz louca do vento e as ansiedades
Das sombras, que, na terra branca e nua,
Parecem desenhar profundidades…


Ei-la a pairar nas trevas que em nós deixam.
Nas almas e nas pedras da lareira,
Os olhos lacrimosos que se fecham
E dão, em vez de luz, cinza e poeira…


Bem mais do que neste ar, que se respira,
Pairas na minha alma… E com teus dedos
De penumbra, arrebatas minha lira,
Ó Tâmega de sonhos e segredos!


E vais compondo versos de neblina
às árvores do monte, à dura frágua…
Elegias de orvalho à luz divina,
Endeixas de remanso e cantos de água…


E sobes, a voar… E, num sombrio
Gesto de asa, percorres as Alturas!
E molhas minha fronte, aéreo rio;
E, através dela, sonhas e murmuras…


Ó bendita janela, entre aas janelas,
Onde fala comigo a luz do luar,
E a claridade viva das estrelas
Que traz, e sangue, os pés de tanto andar!


Bendita sejas tu, ó sempre aberta
Sobre o meu coração e estes outeiros,
E esta noite fantástica e coberta
De espectros, de visões e nevoeiros!"


Teixeira de Pascoaes (Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos), (n. Amarante, 2 de Nov. de 1877 – m. 14 de Dez. de 1952)

Monday, March 21, 2011

Poesia - No dia da Árvore, no Dia da Poesia, no Dia das Florestas, há que ler o Poeta Teixeira de Pascoaes, de Amarante... da Natureza... do Universo!



~
Teixeira Pascoaes - "Deslumbramento"

"A UMA FONTE QUE SECOU



A vida é sonho, amor, exaltação.
Flama a irromper de eterna escuridão.
É lume a flor e a sombra amanhecente.
A terra é carne, a luz é sangue ardente.
Gira líquida chama em cada veia
E que alegria as nuvens incendeia!
Contemplai, sob os raios matinais,
O delírio e a vertigem dos cristais,
Entre cintilações, gritando e rindo,
Abrasados de luz, tremeluzindo!
No alvor da aurora, as aves resplandecem,
No coração do orvalho, sóis florescem,
No coração dos homens solitários,
Há Cristos a subir ermos calvários.
Cantam as fontes, doidas de ternura;
Seu canto veste os montes de verdura!
E esse infinito Vácuo tenebroso,
Quando o sensibiliza o sol radioso,
Sente grande prazer, grande alegria,
E assim nos comunica a luz do dia!
E que loucura as ondas alevanta,
Quando o luar misterioso canta!
Ó mar, à luz do luar! Ó mar profundo,
Em choros que se espalham sobre o mundo!
Ó anjo imenso que, na mão, sustentas
O cálix da amargura e das tormentas!
Tudo é sonho e desejo; céu e inferno.
Abrasa tudo o mesmo fogo eterno.
Vive uma estrela oculta no rochedo,
Crepita a seiva ardente do arvoredo.
Têm pétalas de chama a rosa, o lírio.
A substância das cousas é o delírio.
A vida não é mais que sentimento;
Grande incêndio ateado pelo vento
Do mistério sem fim que esconde Deus
E enluta de negrume o azul dos céus!
A vida é uma rajada esplendorosa,
Perpassando e animando cada cousa...
É doido torvelinho que se eleva
E rasga, de alto a baixo, a fria treva,
Desvendando figuras repentinas,
Formas do amor, aparições divinas!
Poetas, cantai, banhados no clarão,
Que alvorece da infinda comoção,
Que de estrelas orvalha a Imensidade
E em meus olhos é lágrima e saudade...
Poetas, cantai a vida, o bem e o mal!
Consumi-vos no incêndio universal,
Que enche de labaredas o Infinito!
E é Deus, talvez, num desespero! Um grito
De Deus! Grito de dor incandescente,
Na eterna escuridão, eternamente!
(Teixeira de Pascoais - Amarante, 1877 - 1952)

Sunday, March 20, 2011

“ O Bode Ranhoso do Marão® „: Sombrias Asas


“ O Bode Ranhoso do Marão® „: Sombrias Asas: "Finalmente cresceram-me asas, Voo livre no espaço sem fim, Daqui de cima posso ver tudo, Sofrimentos, pesadelos e lamentos, O choro de sonho..."

Thursday, March 17, 2011

Poesia: O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poema: "Surpreendemos cabriolando"




Surpreendemos cabriolando
a cambalhotas a esperança.
Por corridos versos,
encetas sussurrar fantasmagorias
da manhã, num registo retinido.


Ângelo Ochôa - Surpreendemos cabriolando"