Hoje antes de ir para o ginásio, resolvi fazer um quadrinho sobre este tema para juntar aos outros que estão à espera de molduras adequadas. Ficou em stand-by enquanto estive fora, mas quando voltei pelas 3.30, estava um sol esplendoroso a jorrar sobre a mesa da cozinha, onde pinto. O quadro parecia que tinha vida, iluminado pelo sol dourado e convidativo a um passeio bucólico pelos montes e vales, que infelizmente não aconteceu. Fiquei aqui a acabá-lo e parece-me que liga bem com os outros. É pequenino,só tem 20x10 embora na foto pareça enorme. E para que esta entrada não fique demasiado pobre, acrescento um vídeo espectacular da Sinfonia Pastoral de Beethoven, uma das minhas preferidas, que usei em tempos nas aulas para motivar os alunos para o tema música. Na altura, convidei uma flautista da antiga Regie Symphonie, que era minha colega na Escola Profissional de Música e uma intérprete invulgar, Wendy Quinlan, australiana, para vir tocar uns pedacinhos desta sinfonia na aula. Os meus alunos adoraram. E eu também.
Não vou escrever nada sobre essa experiência. Foi excepcional. Vão aqui fotos que me fazem sentir privilegiada, como milhões de portugueses que sabem como a nossa costa é magnífica, uma dádiva de Deus, prémio que não merecemos se calhar...
Uma Após Uma as Ondas Apressadas
Uma Após Uma Uma após uma as ondas apressadas Enrolam o seu verde movimento E chiam a alva 'spuma No moreno das praias.
Uma após uma as nuvens vagarosas Rasgam o seu redondo movimento E o sol aquece o 'spaço Do ar entre as nuvens 'scassas.
Indiferente a mim e eu a ela, A natureza deste dia calmo Furta pouco ao meu senso De se esvair o tempo.
Só uma vaga pena inconsequente Pára um momento à porta da minha alma E após fitar-me um pouco Passa, a sorrir de nada.
Hoje fiz este quadro em parte no atelier, o resto em casa. Ainda tenho de rectificar o céu que não me parece completamente bem. Senti-me tão feliz com os meus amigos da pintura, o ambiente no atelier era óptimo e a inspiração voltou. Foi pintada pastel de óleo, a partir duma foto muito bonita que encontrei na web.
Na mesma web, encontrei uma citação importante sobre estas árvores, lindíssimas, a que chamam " as noivas da floresta" por causa dos seus troncos brancos quase prateados com sulcos negros carregado.
" As bétulas, também conhecidas por vidoeiros, são das árvores mais belas que em Portugal podemos encontrar nas montanhas de maior altitude...", Fernando Catarino (Árvores e Florestas de Portugal, Volume 5).
Aqui fica também um extracto dum poema de Robert Frost, poeta americano, é a parte final em que ele exprime o desejo de trepar pelas bétulas acima até ver o topo e depois voltar a descer à terra. Acrescenta que há empregos piores do que o de "baloiçador de bétulas" ( tradução muito livre.....:))
BIRCHES(...) I'd like to go by climbing a birch tree And climb black branches up a snow-white trunk Toward heaven, till the tree could bear no more, But dipped its top and set me down again. That would be good both going and coming back. One could do worse than be a swinger of birches. Robert Frost