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Saturday, May 28, 2011

Decoração para casa de Designers

Estas são casas para designers, de designers, porque os designers têm gostos peculiares, diferentes. Estas são hipóteses de decoração, algumas delas que só podem ser ponderadas nos nossos sonhos. De qualquer das formas pode surgir inspiração durante a visualização das imagens e a criatividade passar a práctica.

Saturday, May 21, 2011

O caso Maddie


Sempre passei férias na praia da Luz, perto de Lagos. Pelo menos, desde há quarenta e tal anos. Conheci aquela estãncia de verão quando ainda era uma rua apenas com casas baixinhas de pescadores e umas raras casas de férias, algumas de famílias nobres, outras de ingleses reformados que escolhiam o nosso país para acabar as suas vidas num clima ameno.
Era uma praia muito pacata, mesmo no pino de Agosto, mas a pouco e pouco surgiu o primeiro mini-mercado que se transformou em supermercado e depois em hipermercado no espaço de vinte anos.
Quando fui para lá pela primeira vez, as compras tinham de ser feitas em Lagos, onde havia lojas e restaurantes. Na Luz só havia um barzito de madeira no meio da praia,o Paraíso, onde por vezes iamos tomar um martini ao fim da tarde. A primeira boutique, Capricho, com donos ingleses, foi um sucesso pois vendia jornais e pequenos objectos todos feitos em Inglaterra com aquele charme britânico que nós tanto apreciávamos.
A Luz era partilhada por portugueses e ingleses em harmonia, com alguma subserviência da parte dos empregados que serviam nos restaurantes ou nos supermercados, alguns preços proibitivos, mas com uma escolha de produtos que só fora do país se conseguiam arranjar: compotas, caris, conservas, carnes frias, fast food,take away, uma variedade enorme, que até custava a acreditar existisse numa zona balnear tão pequena.
A Luz era um pequeno paraíso, a nossa casa de férias um local feliz para os meus Pais que para lá fugiam muitas vezes ao fim de semana. Não tínhamos telefone nem TV. A viagem era horrível pela estrada antiga, mas ao chegar, abria-se o mar imenso na nossa frente e a palmeira da nossa Avó saudava-nos do alto da sua copa. Também havia a fortaleza, uma casa arruinada, com janelas acessíveis, onde os meus irmãos entraram uma vez numa acção digna de livro dos Cinco.
As rochas, onde passávamos grande parte do tempo, eram lisas e permitiam andarmos até ao Burgau a 5km da Luz, contemplando as pequenas baias, onde o mar transparente deixava entrever milhares de seixos e rochas de cores variegadas.
A igreja, monumento nacional, só tinha missa ao domingo, vindo um padre de fora celebrá-la. Agora já tem mais missas e está sempre aberta, vendo-se o lindo retábulo dourado de todo o largo.

Foi nesta terra pacata que Maddie desapareceu a 3 de Maio de 2007.
Não se sabe como.
Há mistério que se sente no ar quando se sobem as ruelas que vão dar ao resort Ocean Club. A criança volatilizou-se e quem conhece a Luz, como eu, tem dúvidas sobre a possibilidade de ter havido um rapto naquele sítio ermo, cheio de gente simpática, segurança total e uma beleza natural espectacular. As crianças costumavam brincar na praia até anoitecer e mesmo depois, sempre se viam casais a jantar e as crianças sozinhas na praia a correr , a andar de baloiço ou a chapinhar no mar.
Nunca se saberá o que aconteceu, penso eu, mas a investigação vai recomeçar, agora já sem a colaboração dos media que foram implacáveis em 2007. Ver os pais na TV fez-me reviver aqueles meses em que seguia o caso pelos jornais e internet avidamente, como se de um thriller se tratasse.

Wednesday, April 13, 2011

Ainda sobre a morte da nossa palmeira da Luz



Falei aqui num poema ou texto que um dos meus sobrinhos teria escrito e oferecido à minha Mãe, que o guardou até ao momento em que nos deixou, assim como gaurdou outras histórias - umas que escrevi aos 10 anos e ainda tenho - desenhos feitos por nós, cartas e postais. Ela dava muita importância a estes pequenos gestos criativos e nós sentíamo-nos mais valorizados, ainda que jovens ou adolescentes.

Para alem do poema o Pedro desenhou um sketch a preto e branco da Calheta, o lugar onde fica a nossa casa da Luz e a palmeira surge aí num dos lados, como elemento indispensável....

Transcrevo-os aqui em homenagem a uma árvore que nos deu a todos muita alegria visual e a certeza de que enquanto durasse, a nossa família se reuniria ali naquele local, feliz, contemplando a vista, que, essa, nunca deixará de existir. Sonho muitas vezes que lá estou e em geral, o sonho transforma-se em pesadelo pois o mar está repelente, escuro, a praia reduzida a nada...acordo aflita para me certificar que tudo não passou dum receio injustificado. Ano após ano, aquela prainha continua, maior ou menor, as crianças vão nascendo na nossa família - só trisnetos já são uns 26 quase 27, se não estou em erro. Outras palmeiras nascerão também para alegria dos nossos descendentes...

DIZ-ME PALMEIRA


Diz-me, palmeira, que vês tu daí?
Os barcos à mercê do vento Norte?
As rochas descobertas pela maré?
Mais um banhista que perdeu o pé?
Ou um pescador banhado pela sorte?
Verás a fortaleza imponente?
O pôr do sol na Ponta da Gaivota?
As traineiras com peixe para a lota?
Ou o esquiador que passou de repente?

Diz-me, palmeira, que ouves tu daí?
O sotaque algarvio do jardineiro?
O seu constante e alegre assobio?
O cão que passou, lesto, e fugiu?
Ou o idioma esquisito de um estrangeiro?

Palmeira, que imaginas tu daí?
Na praia grande, que pensarás ver?
A alegria de toda a multidão?
O calor sufocante deste verão?
Ou as ondas do Levante a bater?
O gelado da menina gulosa?
Ou o dragão ofegante a rugir,
Da cova ameaçando sair
Na Rocha Negra, ao fundo, misteriosa?

Diz-me palmeira, que vês tu daí?
Porque eu, antes de mais, vejo-te a ti...


Pedro Cordeiro - 198...

Wednesday, March 9, 2011

A minha rua

A "minha" rua que não é a minha, afinal.

Moro na Rua do Campo Alegre, mas considero que a minha rua é a António Cardoso, dado que é por ela que saio e entro todos os dias, a minha porta não tem saída directa para o Campo Alegre, só jardim com murete alto.
Percorro muitas vezes aquela que considero minha, não só para apanhar o autocarro na Av. da Boavista, como para ir ao Pingo Doce ou ao BB Gourmet, um restaurante muito français e muito in, que frequento amiude, sobretudo quando cá está o meu filho mais novo. Já por lá vi várias vezes o treinador do FCP, Villas-Boas, o que só por si, já é uma boa razão para lá ir :)).
Não sei quem foi A. Cardoso, confesso, Também não nasci cá, de modo que só comecei a conhecer estas ruas porque os meus filhos tinham festas de anos por aqui. É uma zona pseudo-queque, chique, com apartamentos bem construídos e caros. Só vim para cá para estar ao pé do meu filho e netos numa altura mais difícil da minha vida. Ainda estou a pagar a casa...

Ontem fui fazer compras e embora estivesse a chuviscar, resolvi vir pela rua fora a observar pormenores e a tirar fotos com o meu I'Touch que é um Ipod com câmara, muito leve e que transporto paa todo o lado, pois gosto de ouvir música quando ando a pé.
Nesta rua, uma das mais arborizadas e floridas desta cidade, há de tudo:casas apalaçadas ( numa delas viveu Sophia), como a Casa das Artes, lindíssima e abandonada à sua sorte, a Galeria Cordeiros, com colecções de pintores ultra-conhecidos, casas abandonadas que me fazem lembrar o livro The Secret Garden, onde uma miuda conseguia entrar num jardim secreto, cheio de plantas entrelaçadas , fontes e animais, há prédios bem feiosos, mas chiques com seus jardins e salas para festas, há ainda o tal restaurante, onde ontem bebi um chá maravilhoso e comi dois scones para matar saudades da Inglaterra; há ainda a vista da Casa Andersen no Jardim Botânico, rodeada de árvores centenárias e com histórias para contar. Last but not least, na esquina das minhas duas ruas :), há uma loja de decoração chamada Sinergias com um extraordinário bom gosto, onde já comprei duas mesas, qualquer delas muito original e não demasiado caras.





Andar por esta rua ao fim do dia é ouvir dezenas de pássaros que se refugiam nas árvores da zona - agora há menos gaivotas, felizmente - e gozar em pleno duma visão do que seria a cidade ideal com espaço, plantas, recantos, algumas lojas e pouco transito nas horas que não são de ponta.
Tenho muita sorte de morar aqui.

Monday, October 18, 2010

O Outono tarda a chegar



Fui ao Jardim Botânico durante uma hora para apanhar umas pinhas para a lareira, antes que comece a chover e elas fiquem encharcadas. Havia-as aos montes, cheias de resina e envoltas em caruma, com aquele cheirinho tão especial que me faz lembrar a minha infância na quintarola de Albarraque, onde passávamos parte das férias até aos meus dez anos. Os meus netos gostam muito de fazer essa actividade , mas o jardim agora fecha aos fins de semana e nos dias normais as 4 horas, de modo que era impossivel ir com eles.
Está um dia lindo, daqueles a que os ingleses chamam "Glorious"...eles não têm muitos destes lá na sua terra. Não há uma única nuvem no céu e por entre as árvores densas, vêem-se pedacinhos de azul luminoso. Tiro sempre fotos diferentes neste local e adoro ouvir os passarinhos, anda que entrecortados pelos automoveis e pesados da VCI.


Andam a restaurar a casa dos Andersen, que está envolta num manto branco, como aquelas peças de mobiliário nas casas antigas, quando a família partia para férias. Dizem que vai haver lá uma exposição. Grande ideia, pois a casa estava mesmo a precisar de obras.
A secura torna as flores quase inexistentes e as que há, rosas, malmequeres, repúblicas, estão sequiosas e muito abandonadas. O jardim de nenufares tb parece outro de tão degradado. Não haverá uma associação de voluntários que queira vir para aqui restaurar o jardim?
Mesmo assim...vale sempre a pena ir em busca do Outono. As primeiras plantas a vestir-se de cores multivariegadas são os áceres e as vinhas virgens, lindas nas suas roupagens de carmim e ouro. Em breve todas as outras estarão prontas para o baile outonal.

Sunday, April 11, 2010

Domingo em casa


Está um dia maravilhoso de verão. Daqui da minha janela da sala, só vejo as árvores dum verde pálido, tremelicando com a brisa, mais diria a aragem que, de vez em quando, se faz sentir. A minha varanda é virada a sul, o sol bate nela durante quase todo o dia e a tijoleira fica quente como brasa. As plantas, uma yucca já velhinha, que passou por Braga durante tres anos, uma ficus benjamina com a idade do casamento do meu filho - dez anos - e uma ficus decora que me foi legada pelos antigos habitantes deste apartamento acolhem-se desta soalheira, implorando por mais água. As florinhas que plantei recentemente parecem agradadas com a nova morada, mimosas e coloridas. As cadeiras de palha, muito antigas e acizentadas da humidade já desistiram de ver alguém sentar-se nelas e conformaram-se com o facto de serem apenas decorativas. O barulho da rua, que é quase uma avenida, os autocarros para cima e para baixo, tornam-se incomodativos e dentro da sala ou na cozinha banhada de sol está-se melhor. A vista é a mesma e há silêncio.
A torre da casa dos Andresen, agora propriedade da FCUP ergue-se altaneira.As janelas foram todas pintadas e os vidros estão transparentes como há muito não acontecia. Dali podem-se ver o jardim botânico completo, o rio e o mar no momento em que se abraçam junto ao molhe construído recentemente.É espectacular, mas só se pode lá entrar com licença do porteiro.

Estive a pintar, ou antes a modificar um quadro que já tinha pintado há tempos...não sei se ficará assim, de vez em quando mudo tudo....

acrílico sobre tela

E música?
Hoje é mais o silêncio....mas há pouco estive a ouvir árias do musical "Les Miserables", um hino à liberdade e à revolução, próprias deste mês de Abril.
Vai aqui o maravilhoso : Do you hear the people sing?, cantado em concerto no 10º Aniversário do início do musical em Londres