Prefiro a Arte e tudo o que com ela se relaciona....
Mas hoje estou feliz com a vitória do PSD, partido que não considero ser de direita conservadora, mas arejada e equilibrada. Nunca votei PS, é um partido da ambiguidade e da hipocrisia. Não diz a cara com a careta. O país foi claro na sua escolha, não permitiu a continuação da política do atoleiro.
A classe dos professores foi vilipendiada por medidas estupidas durante estes seis anos, só espero que se volte atrás nalgumas medidas que destruiram o gosto pelo ensino da muita gente. Acredito que tb houve medidas boas e oxalá se mantenham.
O dia está a raiar...espero que seja prenuncio de uma nova etapa, de um renascer da esperança...este país merece melhor. Boa sorte, Portugal!
Li há muito este único romance de Oscar Wilde, um dos meus escritores de culto. Acima de tudo admiro a sua coragem, inteligência e "wit" ( não consigo traduzir), o domínio das palavras, a expressão de verdades duma maneira simples e singular, a delicadeza e simultaneamente, o desprezo total pelo Homem, enquanto ser imoral,desplicente e tortuoso.
Fui hoje ver a última versão em filme de Dorian Gray, o seu romance imortal.
O tema da beleza e da juventude eterna, a tentação do desafio entre o Homem mortal e o Demónio ou Deus. A troca da alma pela eterna juventude, tema já conhecido de Fausto, a perdição do Homem que se julga capaz de vencer a inevitabilidade do envelhecimento. Tudo isto numa história gótica, com sabor vitoriano e em filme.
As interpretações são irrepreensíveis: Ben Barnes no papel de Dorian, Colin Firth no de Sir Henry Morton, Ben Chaplin no de Basil Hallmark, Rachel Hurd-wood no da jovem Sybil, uma verdadeira Ofélia que se mata por amor. A história, infelizmente, foi modificada e não se assiste a uma mudança gradual do jovem Dorian, é tudo um pouco brusco, os anos passam sem se dar por isso; perde-se a profundidade psicológica que, no romance, é traduzida na relação do quadro com o objecto da pintura: Dorian. Para modernizar, estragaram o fim, tornado demasiado melodramático e pura invenção. Tenho o livro aqui ao meu lado e o fim é tão mais belo e digno!Não há gritos, nem fogos, nem outras pessoas...só Dorian e o seu fabuloso e misterioso quadro.
Vale a pena ver, quanto mais não seja para ouvir o puro inglês, o retrato fiel da Londres vitoriana tão decadente e putrida, as interpretações, em geral e a pureza inicial do jovem Dorian e da actriz apaixonada por ele. Let's look at the trailer....:)))
Estavam tres pessoas no cinema. Sem pipocas, nem restolhar de sacos de plastico. Como eu gosto.