Bom, das duas uma: ou não estou a raciocinar com os meus neurónios todos ou então eles deram um nó... :S
Ao falar com uma conhecida, ela muito contente por sinal, relata-me que pôs a filha numa agência de castings e que tem ido com ela aos ditos castings, e que até alterou a sua vida em função disso e com muita persistência da parte da própria a filha entra numa novela...
Ela a contar-me isto tudo, a minha mente começa logo a trabalhar... e questionei-a!
Eu- Então a tua filha com 8 anos já trabalha?!
Ela- Não!! Achas!
Eu- Não, não! Sim!! Se ela entra numa novela, com certeza que faz horas, que devem ser algumas e com isso terá um contrato e tudo inerente aos termos laborais, digo eu...
Ela- Sim! Quer dizer... não se pode dizer que trabalha... ela entra numa novela e a função como as regalias... é tudo diferente...
Vendo que a senhora não estava a encaixar a minha mensagem, deixei-a estar com a sua ideia... mas obviamente que todo este tema ficou aqui a fervilhar e várias questões empolaram na minha mente...
Na minha óptica o que me faz espécie é o contra-senso das pessoas, quando criticam e até recriminam quando:
- Pores um filho (a) a trabalhar num mercado/feira ou a ajudar num café ou restaurante (quando se é proprietário) é exploração! Se puseres numa agência e a criancinha é chamada para anúncios, sessões fotográficas, novelas e afins já não é bem assim... :S
O que muda? Alguém me consegue explicar, já que são "roubadas" horas a essa criança em prol de uma função! Função essa que tem carga horária, que tem remuneração... onde nessas mesmas horas a criança podia estar a fazer algo apropriado para a sua idade.
Será que a explicação não passa porque a função que tem mais visibilidade e o caché até por acaso é o dobro ou triplo em comparação com o trabalho do anonimato no qual os valores nem por perto fazem concorrência, ou muitas vezes nem recebem se forem ajudar os pais?...
- O ordenado, é para quem? Para os pais ou para a criancinha? É por estas e por outras que, de tempos em tempos, surgem casos como os do Saúl, que veio a público dizer que os pais lhe tiraram mais de um milhão de euros! Não bastaram as horas intermináveis de concertos ao vivo, aparições em programas de TV e outras promoções do seu trabalho no auge do seus 10 anos de idade, como ainda ficar sem um tostão quando atinge a maioridade e legitimidade para mexer no dinheiro! Ricos pais...