Para minha tristeza tinha que ser uma mulher a protagonista desta situação hilariante...
Andava eu na minha vidinha às voltas de um lado para o outro nas capelinhas até que faço uma paragem obrigatória para atender o telemóvel junto às escolas. Junto a uma urbanização bastante movimentada. Cheia de carros de ambos os lados do passeio. Miúdos e graúdos numa agitação por aquela avenida que assim de repente me pareceu o Chiado.
Estava eu sossegadita na minha conversa telefónica até que passa um carro por mim e tenta estacionar no lado oposto onde me encontrava. Dá ali voltas e mais voltas com o raio do carro até que estaciona. Mas lá deve ter visto a borrada que fez porque fica uns segundos dentro do carro a olhar pelo retrovisor e olha para mim. (Devia estar a pensar se eu me tinha apercebido do sucedido).
Eu a topá-la, no entanto sempre na minha a conversar. Ela sai do carro e vai à parte de trás ver o estrago que tinha feito e olha de novo para mim. Com isto, dá uns passos na minha direcção, mas lá se deve ter arrependido do que quer que lhe tenha passado pela mente e dá meia volta e entra no carro e vai-se embora. Com isto não resisti em comentar com a pessoa que estava a falar e contar-lhe o sucedido e só dizia que não estava a acreditar. Quando acabo a frase, a fulana passa por mim e tenta estacionar um pouco mais à frente onde, para azar dela, ainda tinha campo de visão suficiente para a ver. E não é que a fulana bate outra vez no carro de trás! Incrível, só vos digo!! O mais caricato é que às tantas eu ia relatanto o acontecido com a pessoa que estava do outro lado do telefone. Ele só perguntava: o que vais fazer? O mesmo que fizessem a mim, respondi-lhe.
Desta vez, sem espanto vejo a fulana a ir embora, mas nem se deu ao trabalho de sair e ver o estrago que tinha feito. Para quê? Deve ser usual este comportamento, está visto!
Às tantas eu só dizia à pessoa do telefone, que se ela continuasse pela avenida fora a tentar estacionar, muitas pessoas teriam um prejuízo tremendo, mas não! Lá se tocou na segunda tentativa e foi embora, provavelmente a dar outros quantos toques, mas noutra freguesia. Medo! Muito medo dessas pessoas inconscientes e com muita lata...
A Essência, agarra num papel e numa caneta e escreve dois bilhetes completamente iguais onde basicamente dizia isto: "O carro com a matrícula xx-xx-xx acaba de lhe dar um toque na parte da frente do seu carro. Eu assisti a tudo como também vi quando a pessoa, depois de ver o que fez, se foi embora des-ca-ra-da-men-te-"
Depois de escrever os bilhetes pensei para o meu decote: faz pelos outros o que gostarias que fizessem por ti. E foi exactamente o que fiz!