Têm passado quase despercebidas as greves dos funcionários publicos organizados pelos sindicatos em Portugal. Os media mencionam-nos em rodapé, limitando-se a entrevistar as pessoas pacientes à espera dos transportes, nas filas dos hospitais, nas suas casas rurais, onde nada chega durante meses. Este Portugal paupérrimo não é hoje matéria de relevância maior porque há urgência em mudar e dar voz a outras ideias, outros programas e mais progresso para o país. Não adianta chorar sobre o leite derramado, mas temos de ir buscar leite a outro lado.
Os impostos vão subir, o subsidio de Natal vai ser reduzido, os transportes vão ser privatizados, a RTP, fonte de gastos inacreditáveis, vai finalmente ser reduzida a nada ou quase nada, a electricidade subirá, o gaz também....parece um panorama hediondo. Porém, eu acredito que é necessário modificar os hábitos dos portugueses , aliviar o Estado de compromissos incomportáveis, tomar medidas de emergência social, incluindo e chamando à colação tantas e tantas associações de beneficencia, Misericórdias, Igrejas,etc. fazendo-as participar activamente na reconstrução do tecido social mais desfavorecido. Com monitorização do governo, mas sem despesismo impensável.
Muitos funcionários públicos trabalham pouco, são excedentários...vai-se aos correios e vêem-se três funcionários à conversa, com ordenado garantido ao fim de mês, apesar de já comunicarmos há anos por e-mail, fax ou até FB. Não é possível manter este statu quo.
A minha filha vem hoje de Leeds. Ontem preocupei-me ao ver que hoje se preparavam greves da função pública em Inglaterra. Estive horas na internet a visitar os sites da British Rail e Stansted Airport. Tudo estava controlado. Os comboios são todos privados, não há greves, a minha filha partiu e chegou a horas ao aeroporto. A Ryanair solicitou às entidades responsáveis o pessoal necessário para controlar os passaportes dos passageiros para que nenhum avião se atrasasse. Tudo funciona, apesar das ditas greves. Isto é um país civilizado.
Não sou contra greves, só as fiz uma vez por altura dos exames de 12º ano para os quais nem sequer estava convocada. Perdi 200 euros nesse mês e a resultado foi nulo, não serviu mesmo para nada.
Não acredito nas manifestações de rua, mas no trabalho árduo e conversações a todos os níveis. Acredito em pessoas mandatadas para executar, dialogando quando necessário. Não acredito na anarquia.