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Thursday, March 3, 2011

YORK

York é uma cidadezinha que me lembra um cenário de ópera ou de vaudeville, com ruas muito estreitas, em que as casas quase se tocam, candeeiros do tempo de Shakespeare e uma muralha romana que circunda o centro da cidade. Até a estação é uma preciosidade com a abóbada em ferro forjado e rendilhada.O rio espelha as casas que o circundam e a ponte ostenta os brasões da Casa de York.
A Joia da coroa é a York Minster - a catedral - em estilo gótico, simples e lindíssima em qualquer época do ano. Em geral o largo é frondoso e está cheio de turistas, mas na 2ª feira não havia quase ninguém e as árvores ainda estavam completamente despidas. Fico sempre estática dentro da catedral, o ambiente seria ainda melhor se fosse aberta ao público e não tivesse os balcões de postais e folhetos por todo o lado.

As lojinhas de York são tudo menos o convencional: lojas de bonbons,
caramelos, sabonetes, frasquinhos, antiguidades, comidas exóticas, roupas usadas, boutiques, pintura, etc. Um briqueabraque que nos deleita. Vou sempre a minha preferida a Scottish Mills, que vende as camisolas shetland e cachemira de antigamente, os kilts e os cachecois, as capas e gorros tradicionais. Desta vez comprei duas camisolas shetland por 45 libras as duas, o que é barato, pois são lindas e têm cores diferentes do que encontro cá. A marca Pringle há muito que já desapareceu, pelo menos daqui do Porto.
Ir a York obriga a um chazinho com scones numa tea house, que foi o que fizémos. As loiças, os quados nas paredes, até as casas de banho são tão bonitas que me fazem sonhar com o chá da Alice e do Chapeleiro Maluco!!
Anoitece e as luzinhas acendem-se nas ruas de York. As casas ficam ainda mais mágicas e as pessoas trasnformam-se na minha mente em personagens de Dickens. Por vergonha, não tirei uma foto a um velhote a beber sentado num patiozinho, que ia jurar ser o Sr. Micawber do David Copperfield.
O comboio volta em 20m a Leeds. A minha filha está radiante com a experiência, que já fizémos duas vezes. É bom ter companhia e o afecto filial após quase dois meses de ausencia.

Tuesday, July 27, 2010

Modesta homenagem a Van Gogh e outros

Fiquei impressionada pelo que li hoje sobre VAN GOGH. Comprei um livro fascinante em Inglaterra que descreve o ano em que Gauguin e o pintor viveram juntos em Auvers-sur Oise.Van Gogh é apresentado como uma personalidade humana atraente, dramático e trágico, como tantos outros artistas que puseram fim às suas vidas, deixando o público - nós todos - carentes de algo mais. Estou a pensar em Fernando Pessoa, Virginia Woolf, Sylvia Plath e outros. Comove-me ler sobre as suas experiências, os seus dramas e sobretudo tentar compreender a sua atitude negativa perante a própria genialidade. Viveram antes de tempo. Se fosse agora, talvez a medicina os tivesse salvo das suas psicoses ou fobias. Mas nos seculos passados não havia grandes soluções e a mente tomava conta da alma.

Hoje resolvi pintar um quadro bucólico da minha imaginação.


Pensei nos Moors do Yorkshire, região magnífica onde viveram as irmãs Bronté, também elas personagens trágicas, que nos deixaram obras como o Monte dos Vendavais e Jane Eyre, montes desolados, duma beleza extasiante, que se podem ver a uns kms de Leeds e onde já passeei com a minha filha, nos dias felizes dos seus vinte anos.

Pintei hoje este quadro. Inspirada por Van Gogh, mas sem desejo de o imitar. Ciente de que esses artistas vivem todos em nós, são imortais.

Deixo-vos um vídeo sobre a região do Yorkshire. Talvez compreendam, ao vê-lo, o fascínio que esta paisagem cria em quem lá vai e a minha paixão pela Inglaterra.

Saturday, January 23, 2010

Henry Moore

Um escultor de eleição, nascido numa cidade onde estive pelo menos seis vezes e onde a minha filha viveu quatro anos: LEEDS, no West Yorkshire, uma das regiões com mais carácter e paisagens mais bonitas do norte da Inglaterra.

Já vira esculturas de Moore em Munique, que tem uma mesmo em frente à Neue Pinakothek, que fotografei muitas vezes, e outra junto a um lago e esplanada cá fora.
Uma vez estava a fotografar essa figura reclinada e uma senhora já de certa idade perguntou-me: Gosta destas esculturas? Disse-lhe que sim, que gostava até muito e ela franziu o nariz e retorquiu: Para meu gosto têm um corpanzil enorme e uma cabeça demasiado pequena!!! Achei graça à senhora e à sua sinceridade. Não fez cara de "bourgeoise epatée" e disse ali a uma desconhecida o que pensava.

É verdade as figuras de Moore são estilizadas, mas fortes. Vemo-las melhor no Memorial a Moore em Leeds, que lhe é dedicado. Vão aqui algumas fotos que tirei e outras da web.