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Saturday, May 28, 2011

Em especial para a Graciete Rietsch



Ontem a minha Amiga recordou um poema, de que já não se lembrava bem, mas acabava com um verso sobre flores. Encontrei este num blogue -francislive.
Pode ser que seja o seu poema . Vai aqui ornamentado com mais algumas fotos das minhas.



É preciso avisar toda a gente
dar notícias informar prevenir
que por cada flor estrangulada
há milhões de sementes a florir.


É preciso avisar toda a gente
segredar a palavra e a senha
engrossando a verdade corrente
duma força que nada detenha.


É preciso avisar toda a gente
que há fogo no meio da floresta
e que os mortos apontam em frente
o caminho da esperança que resta.


É preciso avisar toda a gente
transmitindo este morse de dores.
É preciso imperioso e urgente
mais flores mais flores mais flores.


João Apolinário
(in Morse de sangue)

E se estiverem fartos de flores....paciência...elas perdurarão enquanto este blogue existir.

Saturday, December 25, 2010

A lareira



Sinto-me muito privilegiada por ter uma lareira em casa. Não a utilizo tantas vezes quanto gostaria porque já me custa um pouco mantê-la acesa, manusear os tarolos com perícia, gerir a quantidade de pinhas e acondicionar tudo bem para que o oxigénio continue a alimentar a chama. É uma arte, que aprendi com o meu Pai que adorava acender a lareira na nossa grande casa nos dias de festa ou quando estava realmente muito frio. Ele queixava-se de que não fazia mais nada e não parava quieto , mas todo aquele processo lhe era grato pelo prazer que nós sentíamos em redor do fogo. Eu sinto sempre uma verdadeira fascinação e também me quedo a olhar para a dança das chamas a rodopiar à volta dos pedaços de tronco e a contemplar as pinhas incandescentes.
Ainda hoje de manhã fui apanhar pinhas com os meus netos para o jardim da Faculdade de Ciências, onde existe um pinheiro enorme , mesmo ao fundo, num cantinho. Este ritual já é tradiocional nesta época, há três anos até fui sozinha e dei de cara com as gárgulas à volta da fonte, que olhavam para mim com cara de espanto. Hoje, quando lá chegámos , o meu neto mais velho constatou quase a chorar que não havia pinhas nenhumas no chão e que a árvore estava carregadinha delas lá em cima, tão alto!. Mas foi teimoso e resolveu aventurar-se numa zona mais perigosa, com roseiras selvagens que o picaram. Resultou em cheio. Encontrou umas vinte pinhas por baixo duns troncos quebrados que o mais novo queria à viva força trazer para casa:). Assim já pude hoje à tardinha gozar do verdadeiro prazer que é não fazer nada diante do mistério da combustão da madeiraa morrer na minha lareira.
A minha amiga Regina deve ter escrito alguns poemas acerca deste fenómeno, eu só consigo viver o poema dentro de mim, sem nada escrever...

Tuesday, July 27, 2010

É noite...e cheira a floresta




É o nosso património a arder...

Fotos que revejo na minha memória e que doem...

Friday, March 5, 2010

A pensar em Van Gogh

Sou uma privilegiada...estou sentada à lareira num maple de chintze a imitar os velhos sofás ingleses. Mandei-o fazer especialmente para refúgio da minha filha que detesta TV e gosta de ter um cantinho onde possa desligar do real , ler ou ouvir música....hoje sou eu a usufruir deste maravilhoso poiso. O fogo está já menos forte, com aquele tom de brasa, tão quente e atraente que quase não conseguimos desfitá-lo. A casa já estava quente, mas não dispenso esta visão.

Tenho muita música no meu I'Tunes e posso ouvir enquanto medito, recordo, nostalgio ( existe o verbo?) e contemplo as achas a extinguir-se lentamente.

Hoje vieram-me à ideia as telas de Van Gogh, vi-as no Museu de Amsterdam com o meu futuro ex- e ele, que sabia tudo, explicou-me imensa coisa sobre o pintor que eu ignorava. Foi o local onde há mais de quarenta anos começámos a namorar- Amsterdam. éramos tão novos! Van Gogh estará sempre ligado a meu ex-. Para "sofrer" um pouco mais, oiço o Don McLean a cantar uma canção maravilhosa em homenagem ao grande pintor.

Vai aqui com a letra. Deleitem-se com as pinturas e com a melodia feita à medida.



Starry, starry night.
Paint your palette blue and grey,
Look out on a summer's day,
With eyes that know the darkness in my soul.
Shadows on the hills,
Sketch the trees and the daffodils,
Catch the breeze and the winter chills,
In colors on the snowy linen land.

Now I understand what you tried to say to me,
How you suffered for your sanity,
How you tried to set them free.
They would not listen, they did not know how.
Perhaps they'll listen now.

Starry, starry night.
Flaming flowers that brightly blaze,
Swirling clouds in violet haze,
Reflect in Vincent's eyes of china blue.
Colors changing hue, morning field of amber grain,
Weathered faces lined in pain,
Are soothed beneath the artist's loving hand.

Now I understand what you tried to say to me,
How you suffered for your sanity,
How you tried to set them free.
They would not listen, they did not know how.
Perhaps they'll listen now.

For they could not love you,
But still your love was true.
And when no hope was left in sight
On that starry, starry night,
You took your life, as lovers often do.
But I could have told you, Vincent,
This world was never meant for one
As beautiful as you.

Starry, starry night.
Portraits hung in empty halls,
Frameless head on nameless walls,
With eyes that watch the world and can't forget.
Like the strangers that you've met,
The ragged men in the ragged clothes,
The silver thorn of bloody rose,
Lie crushed and broken on the virgin snow.

Now I think I know what you tried to say to me,
How you suffered for your sanity,
How you tried to set them free.
They would not listen, they're not listening still.
Perhaps they never will...


Há quanto tempo não vejo uma starry night? Desde Setembro....estrelas ??? Que saudades das noites de verão....há meses que chove demais!

Mas continuo a achar que sou uma privilegiada...

Wednesday, February 10, 2010

O FOGO



Sempre me atraiu e sempre me fez sofrer.

Tenho os chamados " mixed feelings" acerca deste elemento, mas quando me sento á lareira a ouvir música - quase todas as noites agora no inverno - vôo para um país diferente e sinto um conforto interior que quase considero privilégio nos dias de hoje.E é.


Uma das minhas piores experiências na vida foi precisamente um acidente com fogo em casa, há 25 anos. Foi dramático, causado por uma camilha que pegou fogo à alcatifa e fez arder metade da sala, onde tinha prendas do meu casamento e mobílias antigas da avó do meu marido. Sem falar dos manuais escolares que estava a fazer em cima da dita mesa e da caderneta dos alunos com as notas todas. Estávamos nas vésperas do Natal e eu tinha conselhos de turma para atribuir classificações. Um drama autêntico. Durante meses tive de aturar um marido desfeito, uma casa negra e sem lugar para estar, três crianças de 4, 5 e 8 anos que não compreendiam o que se tinha passado e porque é que a sala tinha desaparecido num ápice....e, semanas depois, as intermináveis obras em casa, a ausencia do marido que só vinha dormir a casa, a Escola, as aulas e os remorsos.
Não sei como sobrevivi. Mas cá estou!

Entrei este mês num challenge - concurso do Woophy - sobre o tema FIRE. Arrisquei e tirei várias fotos. Nenhuma delas sofreu alterações excepto a de cor preto e branco. Uma delas já foi muito apreciada pelos fotografos do Woophy, pode ser que ganhe:)). Cliquem nelas, são muito mais belas em formato grande.