Venho hoje muito rápido falar-vos do tema proposto pelo desafio Operação Boas Festas, que sugeria que doassemos coisas que já não nos fizessem falta, que olhassemos à nossa volta e não só para nós.
Efectivamente, no mês passado foi a minha mais alargada revisão ao meu roupeiro e 60% era roupa demasiado larga que, embora ainda estivesse em boas condições, era inútil para mim manter porque não ia vesti-la.
Na minha família sempre foi costume dar-se roupa e tudo o que já não quisessemos, fosse a membros da própria família, fosse para a caridade (a minha avó pertence a uma associação que pertence à igreja e que recolhe alimentos, roupa e todo o tipo de bens para distribuir pelos mais carenciados) e mais recentemente temos doado também a uma associação que faz a venda dos bens doados para angariar dinheiro para ajudar animais abandonados.
Sinceramente, não acho que seja uma coisa muito grande, afinal doamos coisas que já não queremos, que nos ocupam espaço, damos os nossos restos, embora sim, também há quem nem se dê a esse trabalho e espete com tudo no lixo e pronto. Acho que podíamos todos dar mais um bocadinho, não só daquilo que já não queremos mas também do nosso tempo, da nossa experiência, do nosso amor. Falo disto com alguma mágoa até por mim que este ano tencionava começar a fazer voluntariado na Ajuda de Mãe e tenho um horário que o impossibilita totalmente, mas não desisti e mal tenha oportunidade quero fazê-lo.
No ano passado tive também a oportunidade de ir fazer voluntariado em África, um sonho de longa data, um sonho de quando pensava que iria ser desprendida e sem raízes para sempre. Acontece que agora encontrei nos olhos de alguém aquilo que costumo chamar de "chegar a casa" e não posso virar as costas a isso porque teria que ficar fora durante 1 ano. Embora seja algo que ainda julgo poder fazer um dia, quero dizer-vos que não temos que ir para África para ajudar, nem temos que fazer parte de uma associação para sentirmos que estamos a ser generosos: só precisamos de olhar para aqueles que estão à nossa volta e dar um pouco de nós, nem que seja apenas ouvir e dar um pouco de atenção ou um sorriso, aí sim, no sorriso que teremos de volta está a certeza de que já salvámos o mundo!