Uma gaja sai de casa animada. Um professor faz questão de me dizer que se opõe totalmente que eu vá a exame e vai dificultar-me a vida. Fico a pensar em chumbar de ano, em como não tenho emprego neste momento, em como não posso deitar tanto dinheiro à rua... Espetam-me com um trabalho com 11 valores, uma nota miserável porque confiei na minha colega de grupo... Fiquei na merda, vim para casa, passei pelo supermercado e vá uns 10 euros em porcaria! Ando a lutar contra isso há dias e pumba já foste:
4 empadas e 2 jesuítas já cá cantam e eu ainda não ia ficar por aí, comprei uma caixa de chocolates e uma embalagem de KitKat Senses (5!)
Mas comecei a sentir-me mal, enojada, com remorsos e, ao mesmo tempo, queria comer tudo até ao fim. Fiz então algo que me custa muito a fazer: pedi ajuda. Fui ligar ao Príncipe e confessar com humilhação o que tinha feito. Estou sempre a chatear que estou gorda e que sou infeliz por isso, é mau confessar que me ando a sabotar à maluca. Ainda assim ele não se zangou e disse-me que a melhor terapia era deitar tudo fora, tratar a comida como lixo, tirar-lhe todo o poder e importância. Foi o que fiz sem comer nenhum chocolate, ainda abri os KitKat e parti-os aos bocadinhos para dentro do saco do lixo! Tive ainda que ir despejar o dito saco do lixo ao caixote da rua porque sei que lá não vou buscar os chocolates...
É...Isto anda parecido a despejar a vodka no lava-loiças ou deitar a cocaína na sanita: tudo para largar os vícios à força, tudo para lutar contra mim mesma e parar de me magoar. E sabem que mais? O Príncipe tinha razão: senti-me mais calma e sem correntes. Vou para o ginásio, tentar apagar a borrada...