Wednesday, January 19, 2011

A paz da Chaconne de Bach

Encontrei o texto abaixo num blogue chamado Mus 303 Form and analysis, que vem ao encontro da minha experiência de hoje.

Fui ao ginásio como de costume. Estive lá duas horas e meia, estava sol, a piscina inundada de luz, com reflexos azuis e prateados lá no fundo...onde estão as "pérolas", que em tempos o meu querido neto ia buscar para dar à Avó. Ainda tenho um "colar" oferecido por ele e guardado no coração!:).
Não encontrei vivalma, a não ser as meninas simpáticas da recepção que me perguntaram se não trazia o meu neto. Ainda se lembram de conversas com ele há dois ou tres anos.
Andar na passadeira e na bicicleta durante 30+30 minutos não me custou minimamente, pois levei o Ipod e ouvi música variada do princípio ao fim. Depois de comer uma sopa de grelos na "chafarica" da esquina e de comprar uma flor chamada brótea, que é linda, e duas telas pequeninas no chinês, subi o Campo Alegre a ouvir a Chaconne de Bach, uma das peças mais místicas que jamais ouvi. Houve tempos em que a ouvia todos os dias, numa espécie de catarse espiritual. Tenho-a gravada em violino, piano ( duas) e em guitarra. Foi o meu filho que mas ofereceu. Todas as versões são maravilhosas.

Chaconne

If NASA had asked me what music to send with Voyager II, I would have chosen the Chaconne from Bach's D-Minor Partita for solo violin. Here's why. First, the chaconne represents economy of means out of which humans have an incredible capacity for elaboration and variation. If, after four years of college, you can speak on a topic for fifteen minutes without running out of ideas, you will have succeeded in your education. Bach's chaconne also succeeds. Its "topic" is a chord progression roughly equivalent to: i viio6 i VI iv V. He expounds upon this for nearly fifteen minutes without repeating himself and without losing our attention! Second, this chaconne is a technical piece illustrating not only the ingenuity and perfection of tools (violin), but the capacity of the human body to use them in skillful ways. This work is the most difficult piece of music of all time and on any instrument...it requires incredible musicianship as well as technical mastery of the violin. Third, and most important, the chaconne is a feelingful work that explores the full range of human emotions. It is as if, in spite of economical means and technical wizardry, Bach still gets under our skins and into our hearts.

Peço muita desculpa de não traduzir o texto, mas ele é belo em inglês. Traduzo apenas um pedacinho:

Se a Nasa me tivesse pedido para escolher o trecho musical para levar no Voyager II, eu teria escolhido a Chaconne da Partita para violino solo de Bach(...) em terceiro lugar, e mais importante, a chaconne é uma obra cheia de sentimento que explora toda a paleta de emoções humanas...Bach ainda nos faz vibrar ao máximo na pele e no coração.

Aqui fica uma das versões, tocada pelo violinista que me encantou no Coliseu de Lisboa, quando ainda era uma jovem adolescente, Nathan Milstein. Deleitem-se pois isto é... divino.