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Saturday, December 11, 2010

Parabens, Manoel de Oliveira



Não vi muitos filmes dele. Não sou fã entusiástica do estilo de filmes que faz. ..mas à medida que os anos passam, cada vez admiro mais este Homem, este Portuense de gema, este Realizador que se tornou um ícone da 7ª Arte.

O que faz este Homem correr? O que lhe permite ainda sonhar? Ainda hoje disse que tem vários filmes planeados, como se o amanhã fosse eterno. É um exemplo para todos os que se acham cansados a meio do percurso ou os que já nasceram cansados e sem energia para mudar. PARABÉNS, MANOEL DE OLIVEIRA!



Tuesday, November 9, 2010

A Lenda dos Guardiões

Já há muito que não falava aqui de cinema, este ano tenho visto poucos filmes e não sei porquê, não há muitos que apelem por mim. Como o meu neto fez 7 anos no sábado, resolvi levá-lo no Domingo a ver " A Lenda dos Guardiões", que ele já há muito desejava ver. O mais pequeno disse que não queria ir quando o Pai lhes mostrou o trailer, mas o mais velho estava convencido de que era um filme bom para ele. E eu também.
Quando chegámos ao cinema, os bilhetes eram mais caros por causa das 3D, óculos obrigatórios, etc. Fiquei logo de pé atrás, acho que 7.50 por um filme para crianças é demais. Teria dado por bem empregue o dinheiro , não fora a desilusão que senti uma hora depois. Bem apetrechado com pipocas, o meu neto sentia-se feliz comigo e eu radiante com ele.
Após 15m do filme, já eu estava a achar a dose demasiado longa, mesmo assim, aguentei mais uma hora, visto que tudo parecia estar agradar ao rapazinho, de olhos atentos no ecran.
As 17.30 ( o filme terminava as 18), oiço uma vozinha: "Vovó, podemos ir embora? Estou cansado de estar sentado." Achei graça que não disse não estar a gostar do filme, nem teceu qualquer comentário sobre o mesmo. Talvez tivesse receio que eu ficasse desiludida com ele.
Hoje em dia fazem filmes como se fossem jogos de computador, cansativos, escuros, tenebrosos, violentos, com vilões e puros lutando com as mesmas armas pela justiça, numa pseudo-guerra de mundos opostos. o Bem e o Mal. É a receita dos Harry Potter, cowboys e Indios, Lord of the Rings, e mais não sei quantos. As paisagens são sempre esquálidas, penhascos, rochas, fossos, fogo, vulcões e prisões, onde estão os inocentes. Torturante para a mente duma criança ( pelo menos daquela que ainda há em mim). Não gosto, ponto final.
Nem sequer acho que sejam filmes imaginativos, como é o Toy Story ou a Alice ou o Shrek, são uma amálgama de imagens de horror e flashes de beleza artificial. Os finais não constituem surpresas. Os enredos também não. As pessoas são substituidas por animais, que agem como homens.

Saturday, July 3, 2010

EVENTOS



Portugal é um país pobre, com poucos recursos - segundo dizem - poucas verbas, vencimentos baixos e vida cultural pouco atractiva. Isto é o que dizem as cabeças pensantes, a inteligentsia cultural deste país. Segundo eles , em Portugal, não há nada para ver, para onde ir aos fins de semana, onde levar as criancinhas nas férias, a não ser á praia. No estrangeiro é que é bom. Nada de mais falso.
O Porto - e já nem falo de Lisboa, que considero acima da média em oferta cultural - oferece todos os dias - seja fim de semana ou dia útil - inúmeros eventos musicais, teatrais, workshops de tudo quanto há, expos de pintura e escultura, inaugurações, instalações, fotografia, bibliotecas,feiras do Livro, sem mencionar sequer os museus que estão abertos para serem visitados a toda a hora.



Só não vai quem não quer, pois em geral estas actividades são de entrada livre ou exigem um bilhete simbólico. Tenho procurado divulgar neste blogue muitas actividades em vários domínios, pois nem sempre os encontramos nos jornais diários, sendo mais visíveis na net no site Porto Lazer, por exemplo.

Não sou muito de encontros sociais,hoje em dia, não vou a muitos eventos, nem gosto de sair a toda a hora. Cada vez mais gosto de estar em casa.

Fui a muitos eventos em Lisboa, nos anos 60s e 70s, fiquei um pouco blasée de óperas, teatros ( o teatro francês no Tivoli era excelente), concertos ( Coliseu,Gulbenkian, Aula Magna, etc)cinemas ( todos filmes franceses, suecos, italianos que apareciam no CCC ( Cineclube Católico) ou nas salas lindas do Monumental, S. Jorge, Império, S. Luis, Estúdio e até no Restelo, salas que já morreram sem deixar rasto. Arranjava bilhetes para tudo através do meu Pai ou de amigas (até consegui ouvir o Charles Aznavour sem pagar bilhete, pois a filha do dono do Monumental era minha colega), da FLUL.Tive uma juventude "intelectual" até dizer basta. Lisboa era um paraíso.

Na província nada havia. Em Chaves ainda se comemorou um 10 de Junho com alguma expressão artística, exposição de Nadir Afonso, artesanato, etc., mas duma maneira geral foram anos perdidos em termos culturais. Ouvia música clássica pela ´radio ou em discos de vinil - que ainda possuo - e estive quase sete anos sem ir ao cinema. TV só um canal a preto e branco. Lia muito. Foi mesmo um deserto total em matéria de eventos sociais. Durante anos, enquanto os filhos cresciam, só via programas infantis na TV e já estava desfazada de tudo o que passava acima de um certo nível cultural. Perdi o hábito de sair à noite e só os concertos da Regie Symphonie - mais tarde Orquestra Nacional do Porto - em S. Bento da Vitória me animavam e relembravam a minha juventude; dava aulas numa Escola Profissional de Música e conhecia bem muitos dos intérpretes dessa orquestra.

Hoje em dia, gosto muito de ver exposições, sobretudo quando não há ninguém...sento-me nas cadeiras e olho para os quadros o tempo que quero. Não há barulho, nem interferencias. Ir a um local às tantas horas, ouvir apresentações de artistas, elogios às obras, beber um Porto, falar , falar, não é comigo.

Prefiro vivenciar a cultura à minha maneira e de preferência a sós comigo própria.Mesmo pintar é uma tarefa solitária. Não sou bicho de mato, mas não me acho compatível com uma agenda cheia de festas, encontros, inaugurações, cursos, vernissages ou outros. Devo perder milhares de oportunidades de conhecer pessoas, de me fazer conhecer ou de entrar na alta roda intelectual. Mas isso não me preocupa nada.
Estou contente com a aposentação, pois libertou-me de horários. Cada vez mais gosto de liberdade e de um pouco de solidão. Enquanto posso usufruir dela.

Monday, May 3, 2010

Alan Sillitoe ( 1928-2010)



O escritor britânico Alan Sillitoe, uma figura importante da ficção dos últimos 50 anos criador de obras neo-realistas como Saturday Night and Sunday Morning, morreu no dia 25 de Abril de 2010 aos 82 anos no hospital Charing Cross de Londres.

Nascido na cidade de Nottingham, norte da Inglaterra,onde passei tres semanas num curso para professores de Inglês e que é conhecida por ser o berço de Robin Hood e do malvado Sheriff, Sillitoe publicou obras de poesia, livros infantis e peças de teatro, além de ser crítico sobre temas sociais.

A sua obra Saturday Night and Sunday Morning, cujos textos usei muitas vezes em aulas do 11º ano, a propósito do tema trabalho, revolução industrial, desemprego, etc., foi transformada em filme com a performance do grande actor Albert Finney; o seu romance The Loneliness Of The Long Distance Runner, também foi levado ao cinema, tendo como figura central o actor Tom Courtenay..

Curiosamente tive a sorte de ver os dois actores contracenarem juntos, em Londres, na peça ART de Yasmina Reza e pergunto-me qual deles seria o mais portentoso. Muito diferentes, mas ambos tão talentosos!

As duas obras são consideradas dramas clássicos da realidade britânica de meados do século 20 e ficaram na memória de muitos leitores, que falam delas no link abaixo:

http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/8642912.stm
site da BBC que aconselho a quem gostar de ler em inglês.

Há quem diga que é preciso estudar muito para se ser escritor....já há dias li uma outra biografia extraordinária dum escritor que não fez mais do que a 4ª classe. Nascido a 4 de Março de 1928, Sillitoe abandonou a escola aos 14 anos e foi trabalhar para uma fábrica de bicicletas, antes de entrar para a Real Força Aérea (RAF),como operador de rádio.Filho de um trabalhador analfabeto, o escritor relatou numa certa ocasião as penúrias de sua infância.

"Vivíamos em um quarto em Talbot Street (Nottingham) cujas quatro paredes cheiravam a gás, gordura e camadas de papel cheio de mofo", disse uma vez o escritor.O seu primeiro relato de ficção, sobre a vida duns primos foi escrito ainda na infância, mas a mãe queimou-o porque achava o texto demasiado revelador.
Enquanto servia para a RAF contraiu tuberculose, o que o obrigou a passar 16 meses num hospital da Força Aérea antes de receber uma pensão, após o qual decidiu dedicar-se à literatura.
No total, Sillitoe, que se considerava poeta mais que romancista, escreveu mais de 50 livros, entre estes a sua autobiografia, publicada em 1995 com o nome de Life Without Armour."



Tinha posto aqui um poema em inglês, mas resolvi modificar a entrada e oferecer-vos um video extraído do filme " The loneliness of the long-distance runner", com legendas em espanhol. Não preciso de explicar o tema do filme. Isto diz tudo. Vale a pena ver, apesar de ser a preto e branco.

Sunday, February 14, 2010

Tempo de AMOR



Foto minha no casamento duma sobrinha em Coimbra


Nunca me importei muito com o dia de S. Valentim - Valentine's day - em termos de festejos pessoais ou de comemorações a dois.Houve tempos em que recebia um postal do meu namorado e depois marido nesse dia e , em geral, ficava contente, porque não acontecia todos os anos, era uma surpresa.

S. Valentim foi essencial , isso sim, para a minha vida profissional porque é uma data que se celebra com especial carinho no mundo anglo-saxonico e faz parte da cultura inglesa e americana. Havia um dia dedicado ao AMOR e os alunos adoravam escrever poemas, frases, quadras e mete-las numa caixa com o nome do destinatário. Na Escola havia uma caixa de correio especial para este dia. Lembro-me dumas quadras engraçadas em inglês que os alunos liam antes de se inspirarem para escrever as suas. Lembro-me desta:

Roses are red
The sky is blue
Dear....
I love you


Os alunos escreviam por exemplo:

Benfica is red
FCP is blue
Your eyes are mine
Your lips are true.


Havia alguns bonitos!

Ao pensar em filmes de amor que vi e que gostaria de partilhar convosco, há muitos a recordar: Gone with the Wind, Doutor Jivago, West Side Story, Pride and Prejudice, Wuthering Heights" ( Monte dos Vendavais), tudo filmes da minha juventude, que vi vezes sem conta.
Mais recente, há um que permanece na minha memória e que considero uma obra prima em qualquer época da vida: As Pontes de Madison County, um hino ao amor proibido, com uma delicadeza e encanto especial. Tem a marca do grande realizador e actor Clint Eastwood e o talento e expressividade dramática da grande, enorme actriz Meryl Streep. É um filme que me encanta e arrepia nos dias de hoje, em que todos exigimos a felicidade e quase desconhecemos os grandes sacrifícios por amor. Achamos que temos direito a tudo, não respeitamos fidelidades e já não queremos viver em opressão ou sujeição só por hábitos ou exigências conjugais.
Este filme é daqueles que deixa no ar a interrogação: devemos deixar tudo por uma grande paixão?

Vão aqui o trailer e umas cenas deste maravilhoso filme. Se não o viram, vejam e digam-me se concordam com a decisão.



Saturday, January 16, 2010

Tempo criativo



O filme de ontem inspirou-me. Haverá algo mais repousante do que ver um filme da BBC, em que a língua é pronunciada e quase declamada num tom suave, os cenários são a natureza na sua perfeição máxima, há alfazema nos campos e borboletas nos ares, ternura e paixão numa mistura harmoniosa, drama e choro que nos fazem doer, mas que... sabem bem?
Fiz o quadro de cima ainda emocionalmente afectada pela história curta de um dos maiores poetas ingleses: John Keats. A cozinha estava escura e as cores são quase subentendidas, que não escolhidas pela vista.


Hoje voltei á bétulas...e fiz este quadro a partir duma foto muito bonita e manipulada. É diferente, embora parecido com os outros três.



Espero que gostem.

Wednesday, January 13, 2010

Há pouco

acabei este quadro. Já o tinha em mãos há dias, mas ainda não estava "esmeoçado" :)))...agora já tomou forma e cor. Gosto muito de misturar azuis, verdes e amarelos - e dão tons tão diversos entre si! Este quadro poderia ser o fundo do mar, o interior duma floresta ou imagem dum livro de contos fantasmagóricos ( que eu gostaria de saber escrever).

Vai aqui acompanhado de música, que já há muito não coloco aqui.
É o tema do filme " The Hours", que a par de " O Piano" foi um dos filmes que mais me impressionou em toda a minha vida. É um filme sobre três mulheres em épocas diferentes, que só têm em comum uma delas, Virginia Woolf, a romancista inglesa, brilhante escritora, que sofria de esquizofrenia, no tempo em que não havia cura nem medicamentos para essa doença. Um filme dramático que nos deixa pregados na cadeira com música sublime de Philip Glass, que podem ouvir aqui em versão s+o para piano.