Porquê que sou esquisita? Porquê que não me contento com qualquer coisa? Porquê que tem que ser tudo à minha maneira? Porquê que sou assim?? Pois é, por todas estas questões e mais algumas é que depois acontece o que já vou relatar! No entanto, só quero acrescentar também que acho que temos que fazer prevalecer as nossas convicções e fazer passar essa mesma ideia. Não podemos e não devemos anular-nos por determinada situação ou condição em que estejamos porque se há condições próprias para usufruir, ora pois então que venham! As pessoas (neste tipo de situação) é que têm que entender de uma vez por todas que não podem aproveitar-se do que não lhes compete só porque sim! Porque quando isso acontece é bom que apareça alguém para lhes mostrar que não é bem assim que as coisas funcionam. É porque se todos se "dessem ao trabalho" acredito piamente que estaria diferente. É tudo uma questão de princípios, de disciplina ou o que queiram chamar, mas temos que começar por algum lado. Sei que seria ingenuidade e pretensão da minha parte achar que vou mudar o mundo sozinha, mas tenho plena consciência, no que toca a mim quando vivo determinadas situações que tudo farei para valer os meus direitos. Venha quem vier.
Nada tinha em casa e pedi a uma alminha para ir comigo ao supermercado. Pois, agora pensam vocês: e foste de muletas para o supermercado fazer compras?! E eu respondo, sim!! Fui porque gosto de determinadas coisas e porque acho sempre que tenho que ser eu a fazer. Mesmo que esteja nestas condições. Eu sei, eu sei que sou turrona, mas não há nada a fazer... esta condição em que estou, mata-me! Quem é activa e se vê condicionada é qualquer coisa de cortar os pulsos.
Porém posso-vos desde já adiantar que para quem ia de muletas se despachou num ápice. Pois sou muito prática e não ando com rodeios e nem me disperso pelos corredores. Estava mais acelerada que a pessoa que ia comigo. (Risos)
Depois das compras no carrinho, a bela da Essência (obviamente) dirige-se à caixa prioritária e delicadamente pede licença para passar e pôr-se atrás da pessoa que estava a ser atendida. Porque entendi que as restantes, e até a que estava já a ser atendida, nada tinham para estar ali naquela caixa. Porque fui no pressuposto que não teria que pedir a vez pois o óbvio estava à vista tanto da minha parte como das restantes pessoas. Como também entendi que quem vai para aquele tipo de caixa sujeita-se a que apareça alguém que efectivamente faça jus ao sentido da mesma (caixa) ali estar. Por toda esta ordem de ideias que acabei de citar que não disse em alto e bom som "se faz favor deixem-me passar porque eu estou de muletas e porque esta caixa até é para pessoas em condições especiais e não vejo nenhuma em vocês!". Mas ok, pensei para o meu decote, terás que esperar que a pessoa acabe a sua conta. E assim lá permaneci. Confesso que já estava um pouco aflita de ter andado de um lado para o outro e estar ali parada, mas enfim, tinha que esperar. O engraçado foi o depois... quando a pessoa da frente acaba a sua conta, a pessoa que estava comigo começa a pôr as comprar no tapete e começo a ouvir resmungos de trás. Um dos resmungos foi mais alto e a diarreia mental foi esta: mas isto é assim? Chega-se aqui, passa-se à frente e nem cavaco se dá? Uma pouca vergonha!! O banana do operador nada diz!
Eu, muito, mas muito calmamente (apesar de já estar passada com as dores e o cansaço) viro-me para a pessoa e respondo! Desculpe, faça-me um favor! Olhe ali para cima da tabuleta e leia o que lá está escrito! Ela olha e começa a ficar vermelha. Olhou? Muito bem. Leu bem? Presumo que sim. Agora, olhe para mim, o que vê? Pois, bem me parecia que a sua interpretação foi a mais correcta, pela sua reacção, obrigada!
(Segundo o nome que lhe apelidaram) O banana do operador (tadinho do rapaz) ainda se chegou à frente e disse: a senhora está na caixa adequada a ela pelas suas condições. Estamos num lugar de primeiras necessidades. Os senhores é que se podem dirigir à caixa que é adequada aos senhores, que são as normais, obrigado!
Saí de lá cansada, mas com a alma lavada!
Adenda:
Sei que o meu feitio peculiar está ao rubro neste post. Contudo, ententa-se que não pretendo ferir susceptibilidades de ninguém.
Adenda:
Sei que o meu feitio peculiar está ao rubro neste post. Contudo, ententa-se que não pretendo ferir susceptibilidades de ninguém.