Showing posts with label paisagem. Show all posts
Showing posts with label paisagem. Show all posts

Wednesday, June 22, 2011

Voltei a pintar



Hoje voltei a pintar...já não o fazia há mais de um mês, não me tem apetecido...e não andava inspirada. Sentia a falta de trabalho manual e até pensei em passar roupa a ferro, tenho algumas peças que necessitam desesperadamente de carinho, mas o cesto não exerceu nenhum apelo em mim e decidi pegar numa tela pequena, quadrada, com apenas 20cm. Usei 5 cores diferentes e tentei que a paisagem sugerisse a calheta, a estrada onde vivo na praia da Luz e donde se avista o mar profundo, azul, verde, com rochas incrustradas, como se pode ver no curto video que fiz lá.

Este quadro vai ser oferecido ao meu irmão mais novo,ele aprecia o local e a pintura.
Fica aqui uma foto do quadro...e o video.

Saturday, April 9, 2011

Requiem para uma Amiga



A minha Avó materna faria hoje 113 anos. resolvi homenageá-la através da lembrança de uma planta, de que ela gostava e que já fazia parte da família. Infelizmente morreu nestes inverno, não se sabe porque. Não foi nenhum tsunami, nem o vento, nem a chuva. Morreu porque sim.

A minha Avó comprou-a aquando do casamento da minha Mãe em 1940. Ficava bem no canto da grande marquise da Rua Vale do Pereiro em Lisboa, Avó aconselhava-nos a não chegarmos muito perto pois podíamo-nos picar ou magoar. Ainda me estou a lembrar da cena.
Quando a minha Avó teve de deixar o apartamento onde vivia porque o prédio ia ser vendido para construirem um mais moderno e quase todos os moradores tinham morrido de velhos e só a minha Avó se mantinha lá nesse 5º andar sem elevador, o meu Pai que gostava muito de plantas, sugeriu levá-la para a Luz, pois tínhamos comprado a casa em 1964 e ainda não havia árvores por ali. Plantaram-se duas, uma que a minha Avó tinha conseguido fazer germinar a partir dum caroço de tãmara e esta, a da família, que já teria uns vinte e cinco anos. foi plantada na parte inferior do jardim, mesmo em frente da casa e via-se à distância. Levou tempo a pegar, estava muito delgada, parecia que não vingava e que acabaria por morrer. A de cima, a mais nova, ficou linda, mas teve de ser cortada, pois ao meterem os canos de água, cortaram-lhe a raíz e ela ameaçava cair em cima da casa ou no jardim.
Um dia a nossa velha palmeira começou a crescer e a crescer, de tal modo que ocupava um grande espaço no jardim de baixo, fazia sombra e alguns miudos gostavam de jogar a bola por ali. Lembro-me de fazermos um piquenique numa tarde em que uns amigos nossos alemães nos foram visitar. Lembro-me de cortarem os ramos secos e do meu filho joão montar uma casinha só com ramos tipo palhota, onde se escondia, todo risonho. Lembro-me dos belos cachos doirados que, ao pôr do sol pareciam lingotes em cascata. Lembro-me das noites de luar, em que a palmeira em contra-luz dava àquele jardim uma atmosfera tropical, paradisíaca, duma beleza infinita. Ainda no ano passado tirei estas duas fotos do luar. Lembro-me de a pintar em pastel, há dois anos, já muito depois do meu sobrinho Pedro ter escrito um texto tipo diário da palmeira, que a minha Mãe guardou religiosamente. A palmeira era o ex-libris da nossa casa.

Tinha dito aos meus filhos que, quando morresse, queria que as minhas cinzas fossem enterradas ali, onde estavam as minhas raízes, o único local , onde toda a minha família alargada esteve e foi feliz.

Ficam aqui algumas fotos tiradas nos vários anos que ali passei.Vai-me fazer impressão não a descortinar da varanda nas noites de luar.

ADEUS, AMIGA! Até sempre!

Wednesday, March 2, 2011

Back to Porto



Ainda estou um pouco atordoada com a vinda para casa.
É sempre bom chegar. Mas leva algum tempo a adaptar, sobretudo quando se esteve num mundo diferente...como comprovei nestes dias...por poucos que eles sejam.

Tudo é diferente a começar pela a viagem , pelos meios de transporte.
Os aviões da Ryanair são maus, mas por aquele preço não se pode esperar melhor e apesar de tudo dá jeito não haver lugares marcados e podermos fazer tudo pela net. O ambiente não é nada formal...
Os comboios ingleses são simplesmente fantásticos. Caros, talvez. Mas há-os de todo o lado para todo o sítio:).
Chega-se a uma estação e dai a 15 m há um comboio para o local que nós queremos...não sei como é que eles adivinham. De Leeds para York, que são cidades universitárias como Coimbra ou Aveiro há comboios de 5 em 5 minutos, esplendidos, confortáveis, com lugar, pessoas simpáticas qu nos ajudam a por as malas nas redes, sorriem, oferecem os jornais, enfim, não há comparação com a bruteza da maior parte dos utentes dos comboios em Portugal.
Para lá apanhei uma viagem de filme...cenários quase de estúdio e fui o tempo todo a tirar fotos. Ponho aqui só algumas. Seja inverno, seja verão, a paisagem é sempre tão bela e repousante...os céus nunca são azuis e uniformes como cá, mudam constantemente e tomam as tonalidades das nuvens altas e baixas, cheias de água... até vi um arco-íris enorme , mas do comboio não consegui grande foto.
As cidadeszinhas por onde se passa lembram-me ilustrações dos meus livros de criança.

Tuesday, January 25, 2011

Os Dales

Ontem comecei a fazer um quadrinho inspirado por uma foto dos Dales, região no norte da Inglaterra, onde se desenrolava a célebre série da ITV "Veterinário de Província" baseada nos livros de James Herriot, sendo ele próprio o retratado.
Quando fui a York pela primeira vez em 1993, fiquei encantada com as lojas de artigos típicos da região, casacos de lã feitos à mão, camisolas de tweed, casacos castanhos de fazenda grossa, chapéus, cachecois, tudo a lembrar a série. Trouxe para o meu ex- um casaco que ele usou durante anos e que morreu de velho, depois de levar cotoveleiras e ser cosido várias vezes.
Toda aquela região dos Dales é verde, dum verde amarelado mais ou menos discreto conforme lhe dá o sol ou passam nuvens. Salpicados na paisagem vêem-se rebanhos minúsculos que quase parecem malmequeres brancos de tão pequeninos na imensidão verde. É uma região lindíssima, que inspira paz e serenidade, cheia de pubs, quintas com cercas baixinhas com portões, por onde se pode passar livremente. A minha filha mora a uma hora deste paraíso, só é pena nenhuma de nós conduzir, temos de ir de comboio ou de camioneta para ver os locais.
Hoje acabei o quadrinho há pouco. Está a secar...faz-me bem olhar para ele.

Tuesday, December 21, 2010

Back from Britain



Sim, já regressei. Uma viagem curta e um pouco atribulada, mas com momentos de oiro, que já previa.
É demasiado tarde para vos contar algumas peripécias, mas quero apenas deixar-vos algumas imagens tiradas do comboio para lá e do taxi (!!!) para cá, que só pecam por ser demasiado pequenas ao pé da vastidão dos campos cobertos de branco...lindo, lindo, lindo.
Nunca tinha visto a Inglaterra assim mergulhada em branco, andei mais de 600 km e não havia pedacinhos que não estivessem gelados. Fiz um desenho num muro ao pé do hotel e dois dias depois ainda lá estava tal qual. Impressionante.


Hoje fico por aqui....amanhã conto mais. Prometo.

Wednesday, December 1, 2010

De novo em viagem a Lisboa ( com F. Pessoa como epílogo)

Muito curta....só à capital e mesmo ao coração da dita.

O meu filho vai mudar de casa e a nova morada fica na Mouraria, terra do Fado nas Escadinhas da Achada. O nome diz tudo. Nunca vi tantas escadinhas na vida. Não pude tirar fotos porque chovia, estas são do google, mas voltarei lá mais vezes.
A casa dele é um T0, num beco com vista para o Largo do Caldas. Um candeeiro típico de Lisboa em forma de lanterna ilumina-lhe a cozinha à noite, quase não é preciso acender a luz. Tudo muito típico, mas frio...:)), sem aquecimento, com um esquentador diabólico ( Já me tinha esquecido destes hábitos lisboetas, mil vezes o cilindro do Porto!!
Como ele tinha exame amanhã, vim à noite no comboio das 8. A viagem foi linda, para lá e para cá, sempre a ouvir música e sossegada. Adoro viajar de comboio, sinto-me leve, independente, só, no bom sentido. Não preciso de companhia para viajar, adorava fazer uma viagem grande sozinha...um dia.

Tirei algumas fotos no caminho.

Portugal depois da chuva é mesmo lindo...os campos competem com os que vejo em Inglaterra, que neste momento devem estar brancos de neve. A minha filha diz que tem nevado todos os dias em Leeds e ela está feliz. Do quarto dela vê-se tudo coberto. Daqui a 15 dias estarei lá. Viajar agora é comigo.

E dado que ontem se celebraram os 75 anos da morte de FERNANDO PESSOA, fica aqui um poema a Lisboa do seu heterónimo, ÁLVARO DE CAMPOS:

Lisboa

Lisboa com suas casas
De várias cores,
Lisboa com suas casas
De várias cores,
Lisboa com suas casas
De várias cores...
À força de diferente, isto é monótono.
Como à força de sentir, fico só a pensar.

Se, de noite, deitado mas desperto,
Na lucidez inútil de não poder dormir,
Quero imaginar qualquer coisa
E surge sempre outra (porque há sono,
E, porque há sono, um bocado de sonho),
Quero alongar a vista com que imagino
Por grandes palmares fantásticos,
Mas não vejo mais,
Contra uma espécie de lado de dentro de pálpebras,
Que Lisboa com suas casas
De várias cores.

Sorrio, porque, aqui, deitado, é outra coisa.
A força de monótono, é diferente.
E, à força de ser eu, durmo e esqueço que existo.

Fica só, sem mim, que esqueci porque durmo,
Lisboa com suas casas
De várias cores.


Álvaro de Campos, in "Poemas"

Saturday, October 30, 2010

Blue trees


Quando somos crianças aprendemos a pintar a paisagem das cores mais tradicionais, os campos são verdes, os montes castanhos, o céu azul com nuvens brancas, o sol amarelo, a lua branca ou azulada, o mar azul-verde, a areia amarela, as flores vermelhas, laranjas ou rosas, os caules verde claro, as casas brancas com telhados vermelhos e portas castanhas.

É assim que muitos professores e adultos conduzem os miudos a um mundo policromático, mas limitado e formal.

Quando era professora de inglês divertia-me a usar fotocópias de quadros modernos, em que as cores eram arbitrárias - David Hockney, por exemplo, tem quadros com cores "inventadas" e Matisse usa muitas cores diferentes para pintar pessoas. Os alunos tinham de sugerir as cores dos elementos do quadro e no fim viam o verdadeiro em transparência. O efeito e a motivação, para além do interesse cultural da actividade são óbvios. Falavam em inglês durante a aula toda.

Hoje fiz um quadro que nada tem de tradicional nas cores que escolhi. Mais uma vez escolhi o tema árvores...

Monday, October 25, 2010

Viajando pela nossa terra


Hoje tive de me deslocar a Lisboa. Fui e vim no espaço de 7 horas, o que é quase incrível.
Mas deu para contemplar e ouvir música, momentos inegualáveis de prazer que não dispenso.



As fotos falam por si....e a música que escolhi também.

Esta é uma das peças que ouvi no comboio e que me levou ao passado, aos dias em que o meu filho tocava esta peça na sua flauta, em concertos, acompanhado duma amiga de longa data...a Dança dos Espíritos de Gluck.. É uma música duma tristeza infinita mas de uma beleza ímpar. As duas meninas prometem.

Thursday, September 23, 2010

O "meu" primeiro Óleo



Estarão a perguntar porque é que a palavra meu está entre aspas. É fácil de adivinhar, não fiz este quadro sozinha, houve aqui uma grande ajuda do professor Domingos, que se sentou a frente do cavalete e pintou o que a tela lhe sugeria...tornou-a algo definido, uma paisagem agreste, que me faz lembrar o livro "O Monte dos Vendavais", as terras do Yorkshire onde viveram as irmãs Bronté.

Este é o primeiro quadro a óleo produzido em parte por mim e estou muito feliz pois acho o material fascinante. A mistura das cores é muito diferente do acrílico e como não seca facilmente, pode-se moldar essas cores como queremos.

Obrigada Professor!

Wednesday, September 22, 2010

Hoje pintei



(clicar)


Inspirada pelas paisagens maravilhosas que vi do comboio em Inglaterra, apeteceu-me pintar mais uma paisagem. Fi-lo ao som de Bach, que tocava em alto som na minha sala, ao lado da cozinha, onde pinto. Deixo-vos com essa maravilhosa peça.

Saturday, August 21, 2010

Adeus, Quinta da Penha, farewell, Madeira

O dia está cinzento, talvez triste por termos de ir embora. O sol espreita com medo,


a piscina tem poucos convivas, há um je ne sais quoi que cheira a despedida. Olho à volta, como que a absorver toda esta beleza e paz,poder transportá-las em mim para o Porto e lá recordar, para sempre, estes seis dias maravilhosos da nossa vida familiar.

Ficam aqui mais umas fotos que tirei ontem e um vídeo realizado por quem aprecia os cumes e as caminhadas nas levadas.

GoodBYE! Farewell, dear island.







Friday, August 20, 2010

Há quem pinte aos 84 anos

Hoje no passeio que démos ao lado leste da ilha, parámos num miradouro donde se vê a ponta de S. Lourenço a extremidade mais longa da ilha, conhecida pelos seus rochedos alongados e de cores estranhas, que formam baiazinhas de azul.
Contou-nos o motorista que há uns tempos trouxera uma senhora americana de 84 anos a esse mesmo local escarpado e que ela lhe dissera para esperar por ela, se possível, até terminar a sua obra. O homem esperou quatro horas. Durante essas horas, a senhora que trouxera um cavalete, uma tela grande, bisnagas e pinceis pintou, pintou sem se cansar, nem parar. Todos os mirones que por ali passavam estavam embasbacados com a arte da obra, que , segundo o motorista, era uma cópia da paisagem maravilhosa que tinha em frente. Infelizmente, não sei quem é a pintora, nem vi a obra....mas posso mostrar-vos o que ela pintou. E deve ter valido mesmo a pena...

Quem me dera saber e poder pintar aos 84 anos!!

Thursday, June 17, 2010

A natureza em mutação


É curioso como esta paisagem aqui da prainha em frente da nossa casa se transforma de ano para ano....o mar, senhor disto tudo traz e leva areia, cobre e descobre as rochas, transforma-as em viveiros de mexilhões, arranca pedaços, esconde outros bem visíveis,molda as mais ponteagudas, aguça outras bem polidas; num inverno de temporais e suestes ( vento que torna este mar pacífico numa fúria de quando em quando), o mar vai esculpindo esta costa à sua maneira, sem olhar a meios e sem se preocupar minimamente com o que pensam os mortais, aqueles que querem gozar duma natureza imutável ou tirar partido de localizações demasiado arriscadas.
Estas casas, construídas em 1965, ficavam já bastante perto do mar, separados dele por um declive de rochas suaves, claras, quase róseas e completamente inofensivas. Tinha vinte anos quando vim pela primeira vez, corríamos daqui para o mar pelas veredas cheias de canaviais e cactos e não havia problemas.
Hoje já com mais de 60 tenho dificuldade em me movimentar daqui para o mar , faço-o , mas com algum receio de cair ou de me magoar ao descer as rochas.. Mas como há uma praia bem maior a 10m a pé daqui de casa, é só andar um pouco mais e aí não corro qualquer perigo.
Esta vista daqui é indescritível....tanto mar, tão azul, tão igual todos os anos, tão poderoso e tão cheio das nossas histórias. Hier encore j'avais 20 ans, canta o Charles Aznavour.
O hibisco , a flor mais bonita que aqui floresce

Fico sempre nostálgica quando aqui estou...


Que é dos meus Pais que tanto entusiasmo tinham por este lar, que compraram todas as peças





Quadro feito de um lenço de seda que ofereceram à minha Mãe


que ainda hoje estão nas paredes ao fim de tantos anos, que é feito dos risos, dos churrascos, dos amigos estrangeiros dos meus filhos, das guitarradas, das noites na praia com cobertores e a ver as estrelas, que é dos meus filhos, a crescerem aqui felizes, cheios de amigos, fazendo cinema com a minha câmara Sony, entrevistas e até uma longa metragem chamado LULA 5 1/4? Era um relato sobre um mafioso chamado Giovanni, que lutava contra um russo apelidado de Luisov. Havia uma Virginia Wolf que morria logo no primeiro episódio:((( E ainda o José, menino queque da praia da Luz, que andava munido dum facalhão da cozinha, extremamamente sonso!! E duas misses inglesas, que ficavam histéricas e davam murros na mesa!! Bons tempos....mas é grato recordar.

Fortaleza que dantes parecia abandonada e agora é um restaurante de luxo

Tenho de ir para a praia, são boas horas de experimentar a água gélida....a minha filha já foi há um pedaço...o sol está ferver e convida a um banho.Até logo!

Tuesday, May 25, 2010

Red scape



Fiz este quadro há dias...mas não sei quanto tempo ele durará assim. Sinto algo por ele, mas não o suficiente para o manter assim. Ainda não sei o que fazer dele, mas não é grave. Já destruí alguns e não me arrependi.

O meu irmão disse-me que parecia uma paisagem de Marte. Talvez tenha razão, de vez em quando ausento-me da Terra por uma questão de sobrevivência :)

Digam o que pensam livremente....não me deixo influenciar. Para já tirei-o do meu cavalete à espera de melhores dias.

Thursday, February 11, 2010

Música- Country 1

Esta banda country é uma das que mais aprecio neste momento. Aqui vai uma canção maravilhosa cantada pelos Calexico: Sunken Waltz.É uma valsa.




Washed my face in the rivers of empire
Made my bed from a cardboard crate
Down in the city of quartz
No news, no new regrets
Tossed a susan b. over my shoulder
And prayed it would rain and rain
Submerge the whole western states
Call it a last fair deal
With an american seal
And corporate hand shake
Take the story of carpenter mike
Dropped his tools and his keys and left
And headed out as far as he could
Past the cities and gated neighborhoods
He slept 'neath the stars
Wrote down what he dreamt
And he built a machine
For no one to see
Then took flight, first light