Como eu amo ir à oficina... é... transcendental!!
Vai uma pobre rapariga, leiga no que diz respeito a todos os meandros de um carro, e mesmo assim acham que podem escarrapachar isso mesmo na cara! Mesmo sendo de uma maneira subtil, mas tosca.
Vou danada por causa do limpa pará-brisas que de um dia para o outro simplesmente deixou de funcionar. Chego lá, os três monos que se encontravam no recinto ficam a olhar para o carro como burros a olhar para um palácio. Passam 5 minutos... 10 minutos... 30 minutos e nada de dizerem o que se passava. Às tantas, aproximo-me do responsável, e digo-lhe que enquanto tentam descobrir e não o que tem o carro eu ia fazer outras coisas e depois voltava. Responde que não podia!
Eu- Ah? Porquê?!
Ele- Porque não nos responsabilizamos pela falta de alguma coisa que o carro possa ter e tal...
Eu- Fiquei à toa com tamanha desculpa esfarrapada e respondi: primeira vez que oiço tamanha estupidez, deixe que lhe diga! Uma vez que trago o carro para ser arranjado num determinado estabelecimento o mínimo que o cliente espera é uma conduta digna! No entanto, não se preocupe que levo os documentos e tudo mais de valor que possa ter.
Enquanto tirava as coisas do porta-luvas (uns 2-3 minutos se tanto)
Ele- Pronto, não é necessário ir porque não conseguimos fazer mais nada pelo carro. Terá mesmo que ir à marca para lhe fazerem o diagnóstico. Não vale a pena estar-lhe a dar palpites e depois além de perder tempo, perde também dinheiro.
Eu- (Incrédula com a rapidez) Pois, estou a ver mesmo que o melhor é ir à marca. Como diz o velho ditado: mais vale ir a Deus do que ir aos santos... obrigada.
Depois de sair da oficina, danada, a praguejar com todos os santos, ia a pensar na sequência deste episódio e só pensava que só comigo é que me calham coelhos assim da cartola. Entretanto tive um rasgo e mexo na maçaneta do limpa-vidros e não é que funcionou! (Risos)
Ou seja: os cromos, os três monos, toscos que andaram de volta de uma maçaneta de limpa-vidros, sem querer, puseram-no a funcionar. Raios partam os excelentes profissionais que temos espalhados por este Portugal a fora, bolas!...
Contudo, ainda tive o devaneio de pensar que bem que nos podia calhar aquelas oficinas que existem só nos filmes (homens musculosos e sexys cheios de graxa que nós, com muita vontade, gostaríamos de limpar). Mas este pensamento é mesmo um devaneio porque estamos a anos luz da vida real de encontrarmos algo semelhante. (Essência desce à terra)
Bom, isto tudo para chegar à conclusão que não percebi de todo a postura do senhor da oficina. O defeito deve ser meu, de ter pouca experiência com oficinas e afins, deve ser...