Saturday, December 18, 2010

A Carta das 4 da Manhã

São quase 4 horas da manhã, e mais uma vez, não é isso que me impede de escrever. Chama-me estúpido por eu já estar a escrever algo sobre nós. Farias melhor em chamar-me estúpido por eu estar acordado a estas horas a pensar em ti. Sim, porque não há um único dia que eu não pense em ti. És uma rapariga, não és mulher! E é por eu querer amar uma mulher no futuro (mulher, sinónimo de maturidade) que vejo que amei uma menina, por isso é passado. Isso de olharmos apenas para nós do que para o coração dos outros, é algo ingrato e que não faz parte da minha maneira de ser. Eu tenho coração, peço desculpa por isso. Essa falta de valores e princípios atormenta-me, assusta-me, não é normal e é condenável por qualquer pessoa com cérebro. Eu não era um computador que ligaste e que agora de um momento para o outro decides desligar. Não sou, ou não devia ser! Nem uma única palavra, tudo mero abuso(s). É triste, mas aprendi a ser menos inocente no futuro. Não admira que há pessoas que dizem que "quanto mais conheço os seres humanos, mais aprecio os animais". Aproveito e peço-te desculpa por falar um pouco de "nós" mas já não existe nós, apenas neste texto.
Hoje volto a sorrir. Hoje procuro por pouco de muito que em certas alturas não tinha... carinho. Hoje procuro forças! Tu vais buscar forças aos teus novos amigos. Vais buscar forças a quem tem uma mascara e anda à volta de ti. Não importa, deixei de ser teu conselheiro, deixei de ser teu namorado, deixei de ser aquele que te protegia e te dava o que muita gente deseja e não tem... verdadeiro e puro amor! Deixei de ser aquele que te abraçava e te erguia para mostrar ao mundo o mundo que me pertencia. Tu querias o quê? Em 2 anos sempre tentei ser a pessoa mais correcta. Em 2 anos fui do princípio ao fim a pessoa que mais lutou por amor entre os dois. Sabes bem disso e eu não poderia ser o pilar do princípio até ao último minuto. Foram 2 anos, o resto das semanas desliguei-me pois acreditei que não era preciso te "apertar", confiei totalmente no amor... só depois em ti. E foi esse o último erro que não precisava de matar algo tão grande. Pouco tempo bastou desde aquele último encontro amoroso para tu começares a cair nas mãos de um desconhecido. E querias que eu ficasse como? Mas lutei. Sofri. Fui ignorado. Aguentei, esperei debaixo de chuva torrencial mas tu nunca chegaste ao pé de mim para falar. E querias o qué? Que eu fosse pilar até ao último minuto? Desculpa, fui 2 anos seguidos, cabia a ti fazeres algo por nós no que foi o momento de crise, o momento de morte súbita. Ah, espera, tu que sabes tudo... já não havia "nós" é? Tudo bem, sê feliz!! Que alguém te dê amor! Aliás... para que queres tu amor? Tens amigos novos não é verdade? Tens quem te queira despir por fora... mas não por dentro. Não interessa, a vida encarregar-se-à de te dar uma lição. Estou rodeado de pessoas que me querem.
Estou rodeado por pessoas que sofreram, de pessoas novas mas com maturidade considerável. Hoje em dia, os poucos rapazes que lutam por amor e vivem dentro do amor, estão em vias de extinção, pelo simples facto que são abusados e não retribuídos da mesma forma. Somos os chamados "sonhadores". Esses poucos e raros rapazes morrem, porque muitos deles não voltam a acreditar no amor e no futuro não se voltam a entregar da mesma forma a alguém. É verdade! Agora, nós, pessoas que amamos de verdade, vamos no mesmo barco. Levamos lições na bagagem... não há muita gente aí fora a quem nós podemos confiar e entregar o nosso coração; não vale a pena amar alguém que não sabe o que é o amor e nunca sofreu; não vale de nada amar se o parceiro faz bem menos que o outro. Porque neste mundo, amar é uma arte mas nem toda a gente é artista.

(Nem por acaso, é dia 19. Porque tenho valores a manter, porque sou alguém com coração e respeito o meu interior e o passado que ainda está em tinta fresca leva-me a viver o dia em silêncio, a descansar.)