Friday, March 19, 2010

Patologia psicológica

Ou sou eu que estou com este feitio lá nos píncaros e por isso empolo em demasia tudo o que oiço e vejo ou não sei...


Panorama: dia de jogo (Benfica/Sporting). Tudo eufórico... muita descontração, animação e afins...
Estávamos todos no mesmo espaço sempre em alta. De repente entra o casal maravilha...
Bom, ele sempre com a sua postura na descontra, feliz por estar no meio dele. Ela, com umas trombas de meio metro. Só o comprimento de cortesia e não digas que vais dai... encosta-se a um canto e fecha-se em copas. (Mas sempre agarrada à febra, antes que fuja).


Este cenário é sempre mas sempre assim! Tu às tantas burrifas-te para quem nada faz para mudar tal ambiente. Tentas uma aproximação, duas, três. Começas a ver que a pessoa simplesmente não quer se dar com ninguém a não ser só com a cara-metade, logo ai tiras dai o sentido Não tenho vocação para babá, muito menos para correr atrás de ninguém, nem de impôr a minha presença.
Mas desta vez estava-me a fazer espécie aquela reacção... tenho dias... se calhar noutro dia qualquer tinha ignorado mas o que não aconteceu desta vez... ups, temos pena...
Às tantas vou ter com a donzela e começo a meter conversa para perceber o que se estava a passar... (É dificil entrar naquela mente)


Conversa da tanga:
Eu: Então rapariga, o que tens feito?
Ela: Eu, nada demais... tenho levado e ido buscar o T ao trabalho. Tenho arrumado o quarto da bebé...
Eu: Quarto "da" bebé?! Mas já sabes o sexo? Não estás só de 10 semanas?
Ela: Sim! Mas eu sei que vai ser menina! Eu quero uma menina!
Eu: Sim mas do querer ao ser mais uma distância... além do mais não é bom teres essa ânsia toda antes da hora, não achas?
Ela: Eu sei mas é o que quero e é o que tem que ser. Também já sinto "a" bebé a mexer.
Eu: Às 10 semanas já sentes o bebé mexer?!
Ela: Sinto! Dá tantos pontapés e mexe-se tanto, nem queiras saber...
Eu: Ok! Eu só comecei a sentir a Zunfinha aos 5 meses. (Cada um é como cada qual... Cada corpo é um corpo... cada gestação é unico mas bolas, existem factores que sabes há partida que são impensáveis!! 10 semanas de gestação o bebé ainda é uma feijoquinha minúscula e nem tem como mexer quanto mais dar pontapés!! Eu devo ter feito a cara do que estava a pensar. (Tu és doida, rapariga! Vai-te curar!!)
Não querendo empolar a situação e não ficar mais perflexa com alguma resposta descabida mudei ligeiramente a conversa).
Eu: E como tens passado?
Ela: Nem me digas nada... tenho tido muitos enjoos, naúseas (normal) e tenho tido muitos desejos.
Eu: Ai sim... Folgo em saber que o bebé já tão pequeno e dá-te já tantas dores de cabeça... desejos, humm...
Ela: Também não convém conduzir. Não posso fazer esforços...
Eu: Então o T agora tem que ir de transportes? Também é rápido, ele sempre o fez, com certeza que não lhe deve fazer confusão...
Ela: Achas que sim! Ele não vai de transportes! Eu faço um esforço e vou levá-lo e buscá-lo. Prefiro.
Eu: Risos... mas porquê?! Se acabaste de dizer que não podes fazer esforços e mesmo assim preferes pôr em risco o teu repouso e do bebé em prol desse hábito?
Ela: Eu prefiro! Fico mais descansada...
Eu: Risos... não me digas que tens medo que ele fuja ou que encontre alguém nos meios rodoviários?
Ela: Não é isso (muito vermelha) é que não me importo e fico mais descansada.
Eu: Ok! Vocês lá sabem...


Bom, ficamos uns bons segundos sem nada a dizer uma a outra, eu ainda estava a digerir aquela conversa toda quando ela retoma o assunto "a bebé"...


Ela: Já te disse que vou pôr o nome de Daniela à bebé?
Eu: Sim!
Ela: Também te disse que vou pôr Alexandra?
Eu: Ah! Risos... Daniela Alexandra?!
Ela: Sim... (muito vermelha) eu sei, o T já disse que também és Alexandra mas não vejo outro nome que fique bem...
Eu: Pois, estou a ver... o que queres que te diga!? Vocês é que são os pais... provavelmente outra pessoa ficaria contente por um bebé levar o nosso nome mas eu contudo acho que a criancinha deveria ter outro nome já que os nossos laços serão tão estreitos mas enfim... mais uma vez afirmo: vocês é que sabem...
Ela: Pois, sei... tens razão... mas eu gosto muito desse nome e sempre disse que se tivesse uma menina que poria esse nome... (Sempre vermelha)
Eu: Tranquila rapariga... porém aconselho a falarem da criança no abstracto e não na certeza do sexo. Porque se por ventura quando conseguirem saber o sexo e se for menino a desilução irá ser maior...
Ela: Não consigo...
Eu: Pois, assim fica dificil mas tu lá sabes...


O que podemos tirar este diálogo!? Pois, complicado eu sei! Foi exactamente isso que pensei no final.
Juro que não é mau feitio. Juro que não é implicância da minha parte mas existem minímos do razoavel e esta mente é muito à frente no que toca a patologia irracional...
Porém eu saío com a certeza que tentei mais uma vez uma aproximação... tentar entrar naquela mente. Porque continuo a acreditar apesar de tudo que as pessoas merecem sempre mais uma oportunidade mas só que começo a chegar à conclusão que é uma tarefa àrdua... É que ás tantas ficas a pensar que estás igual ou pior. Parece que contagia. E eu gosto de estudar as mentes, perceber as acções, os porquês de determinada pessoa, fascina-me esse jogo psicológico mas há limites até para a loucura, para as paranóias.
Bem, sempre que tenho estas conversas com ela e outras pessoas do género a única coisa que penso para não ficar com a sensação de "tempo perdido" é que isto é um estágio para o futuro, e fico com a certeza que aproveitei bem o tempo e ponho em prática todas as convicções que fervilham para estes lados.


Termino este post no estado igual de quando o fiz verbalmente: cansaço psicológico... sinto as minhas energias sugadas...
Vou ali recuperar e já volto!