Friday, November 13, 2009

A mente mirabolante de uma gorda

Antes de mais, não, não estou grávida e a minha menstruação ainda não parou de o comprovar :D

Ontem o dia foi meio sensível e esquisito, até porque tive que vir para casa mais cedo: fui vomitar na casa-de-banho da faculdade... Foi mesmo um bocado triste, até porque quando vomito, vem-me uma sensação de vazio, é um mal-estar enorme, fico de rastos. Hoje sinto-me melhor, mas também tem sido assim, todas as manhãs sinto-me melhor e ao fim da tarde pioro...

Depois, ajudada pela fase das hormonas enlouquecidas, ando chata, irritadiça, só quero mimo, pareço uma tola carente e lamechas que chora por tudo e por nada. E sim, pior dos piores, vem em força a carência por comida. Chego a casa com fome, a sentir-me meio derrotada, acho que precisava de um abraço e não tinha. Olhei para a pilha de papéis por organizar na secretária, sabia que tinha apontamentos para passar a limpo e acabar 2 relatórios porque está a chegar uma altura complicada com testes... Pois, a mente mirabolante de uma gorda canaliza logo toda a carência afectiva e toda as tensões que possamos sentir, para a comida. Entrei numa espécie de ansiedade, aquela comichão que a compulsão traz, como quem tem que arranjar um plano para conseguir aquilo que achamos ser essencial naquele momento.

O meu primeiro pensamento foi, descer rapidamente a escada e descer até ao MiniPreço que fica 2 portas a baixo da minha. Quando estava a chegar a casa tinha sentido o cheiro de pão acabado de sair do forno (cheiro que me deixa sempre de água na boca) e isso significava também muitos bolos quentinhos. Depois pensei que também haveria chocolates...Hummmm...Milka de caramelo...! Já estava a pensar que ia trazer empadas de galinha, jesuítas e sim, um pãozinho para fazer uma sandes no verdadeiro sentido da palavra, que é coisa que não como há muito tempo. Até que me travei a mim mesma e proibi-me de sair de casa. Desesperada fui à cozinha ver o que poderia aproveitar como doce ou como porcaria. Não tinha nada, preveni-me de mim mesma: era tudo saudável.
Parecia que estava a ter um ataque, as hormonas descontroladas e eu sem açucar.
Passaram as 8h da noite, sabia que o supermercado tinha fechado. Eis que o meu cérebro apresenta logo uma excelente solução: uma fabulosa pizza, trazida a casa, quentinha, toda para mim. A sério, eu nem acredito e fico até envergonhada por ter este tipo de comportamentos obcessivos... São alturas tão confusas que custo a arranjar palavras para as explicar. Sei que tive um momento de clareza, em que pensei "queres desistir de ti, mais uma vez?". Fui para a balança e vi o 84. Muitas de vocês podem pensar que se vissem um 84 iam achar-se as maiores balofas do mundo e eu sei que continua a ser um número bem grande, mas para mim é cheio de significado: vim de um IMC de obesidade grave, passei pelo IMC de obesidade moderada e o 84 dá-me a entrada oficial para o IMC de (simplesmente) excesso de peso!
Por mim e, confesso, também por todas as pessoas que me têm dado força e acreditado em mim (vocês incluidas), não quis vacilar. Fui fazer um belo chá e voltei para perto da minha papelada e comecei a organizar. Fui-me acalmando gradualmente. Comi sopa e, de presente para mim, assei umas quantas castanhas que comi com prazer e...foi só :)

Custa para caraças, mas de cada vez que sobrevivo tudo melhora :) E sabem que mais? Hoje lá estava a recompensa: 83,4! Uma sexta-feira 13 cheia de luz :)

E por isso hoje deixo-vos com o single do novo álbum da minha paixão platónica, o David Fonseca :D que me deixa sempre muito bem disposta!